Tiktoker que mostrava rotina com capivara é multado em R$ 17 mil e obrigado a entregar animal
O tiktoker gay Agenor Tupinambá, conhecido por ser o cuidador da capivara Filó e que viralizou por seu zelo com o animal, afirma que foi multado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) nesta terça-feira (18/04) em mais de R$ 17 mil. Ele teria sido obrigado a entregar Filó ao Ibama e excluir todos os vídeos dele com o animal em seus perfis de redes sociais.
Agenor mora em uma fazenda em Autazes, no interior do Amazonas. Nas redes sociais, ele mostrava parte do dia a dia com todo o companheirismo que divide com Filó e outros animais, que também recebem os cuidados dele. Por meio de nota publicada no Instagram, ele explica todo o caso, incluindo o valor total da multa estabelecida e também as acusações que foram feitas. “Eu cresci no meio do mato e lá nasceu a minha paixão pelos animais. Eu só saio de lá para estudar agronomia na capital, curso que escolhi para poder servi-los ainda mais. De todas as surpresas que a fama na internet me trouxe, eu jamais imaginei que seria acusado de abuso, maus-tratos e exploração contra animais. Também fui acusado de matar um animal do qual todos são testemunhas que só dediquei amor e fiz tudo que podia para preservar sua vida”, lamentou .
Além disso, Agenor também foi notificado a retirar todas as publicações que tinha nas redes sociais com os animais que cuida. Ao G1, ele afirmou que tem seis dias para entregar as companheiras Filó e a papagaio Rosa. “Também fui notificado para retirar os vídeos que tanto expressam o meu amor e entregar a Filó num centro de tratamento animal, sob a acusação de retirá-la do seu habitat natural. Se tem alguém que mora no habitat natural de alguém sou eu, não os animais. Eu abro a janela e lá esta o rio, a floresta e os animais. Eu que estou de passagem nesse lugar. E escolhi ser um guardião e não um criminoso“, afirmou. As publicações já foram retiradas por ele de todas as redes sociais.
Agenor disse que está recebendo acompanhamento jurídico da deputada estadual Joana Darc. Ele tem 20 dias para apresentar sua defesa. “Lamento profundamente o que está acontecendo e só eu sei a dor que estou sentindo. Agradeço o apoio da minha família, amigos, seguidores, imprensa e ao suporte jurídico que nunca pensei que precisaria”, finalizou a nota.
Por se tratar de um animal silvestre, a legislação brasileira garante diversos mecanismos de proteção das capivaras, a exemplo da caça, apanha, captura, coleta, abate, transporte, translocação e/ou manipulação. A exceção se dá caso o órgão fiscalizador competente autorize a criação. Do ponto de vista penal, a Lei 9.605/98 destaca que o juiz pode deixar de aplicar a punição, se a espécie não for considerada ameaçada de extinção, a considerar as circunstâncias.