Justiça determina que igreja apague vídeos de pastor atacando LGBTs

BRASÍLIA – A 4ª Vara Cível de Taguatinga determinou que a Igreja Evangélica Assembleia de Deus de Brasília apague todos os vídeos do pastor estadunidense David Eldridge, em que ele aparece fazendo uma pregação absurdamente homofóbica em um evento no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em fevereiro desse ano. Na culto, Eldridge disse que “todo homossexual tem uma reserva no inferno”.

Segundo o portal Correio Braziliense, a juíza Lívia Lourenço Gonçalves explicou que, na Constituição Federal, todos têm garantida a liberdade de expressão e de manifestação religiosa, mas que no vídeo em questão, o pastor faz um discurso de ódio contra a comunidade LGBTQIAP+, baseando em supostas interpretações religiosas que não refletem o espírito cristão e pode em tese fomentar atitudes discriminatórias e de violência por parte dos fiéis contra pessoas integrantes da comunidade LGBT+.

A juíza determinou que a igreja retire o vídeo das redes sociais em um prazo de 48 horas, sob pena de R$ 50 mil por dia, em caso de descumprimento. Na filmagem, o líder religioso pregava em inglês contra a bandeira LGBTQIA+, enquanto um brasileiro fazia a tradução para o português: “Todo homossexual tem uma reserva no inferno. Toda lésbica tem uma reserva no inferno. Todo transgênero tem uma reserva no inferno. Todo bissexual tem uma reserva no inferno”.

A Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou Orientação Sexual ou contra a Pessoa idosa ou com Deficiência (Decrin), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), recebeu representações, como da Comissão de Ética e Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF, presidida pelo deputado distrital Fábio Felix (PSol). Outros documentos enviados à PCDF para apurar os fatos foram enviados pela União Nacional LGBT (UNA). Nesse processo, a igreja é ré.

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