Ataque a bar LGBT no Líbano promove terror durante show de drags
LÍBANO – Na noite da última quarta-feira (23), homens que se identificaram como membros do grupo Jnoud El-Rab, conhecidos como Soldados de Deus, atacaram um bar LGBT friendly chamado “Madame Om” na movimentada área de Mar Mikhael, na capital libanesa. Os Soldados de Deus são um grupo cristão de direita anti-LGBTQ+ e se consideram os protetores morais do Líbano.
O grupo justificou o ataque afirmando que o local estava “promovendo a homossexualidade”. Em declarações ao PinkNews, uma testemunha que estava no bar na noite do ataque disse que a situação era uma mistura de terror, ansiedade e uma incerteza: “Alguns choraram, alguns ficaram histéricos, alguns ficaram chocados e alguns se despediram”, disse a vítima.
“O ar estava tão tenso que estávamos todos amontoados contra a parede da sala dos fundos, esperando para serem exterminados, observando nossos amigos sendo espancados fisicamente por monstros. Parecia uma eternidade, esperar que a situação se acalmasse para podermos escapar, um após o outro, em silêncio.”
Várias pessoas foram agredidas durante o ataque, com imagens de vídeo nas redes sociais mostrando membros do grupo gritando cânticos homofóbicos contra os clientes dentro do local. As imagens também mostram mesas e cadeiras destruídas do lado de fora do bar após as ações do grupo.
Estima-se que a violência tenha durado uma hora, quando as Forças de Segurança Interna (ISF) chegaram ao local, impediram os agressores de entrar no bar e ajudaram alguns clientes a escapar. No entanto, a ISF não impediu o ataque nem prendeu nenhum dos agressores: “Este é o lugar de Satanás. Está promovendo a homossexualidade. Isso é proibido na terra do Senhor, estamos avisando, isso é só o começo, já havíamos avisado cem vezes”, diziam os criminosos.
Os Soldados de Deus atacaram o local durante um show de drags queens que foram forçadas a tirar suas roupas durante o ataque para deixar o local com segurança entre os clientes. Embora as leis do Líbano criminalizem a homossexualidade, o país foi durante muito tempo visto como um lugar mais seguro para as pessoas LGBTQ+ do que o resto do mundo árabe.