Héteros fazendo banheirão no avião pode, mas e se fossem gays?

Um flagra recebido com entusiasmo ocorrido durante um voo da EasyJet no último dia 8 chamou atenção curiosamente pela reação das pessoas. Na ocasião, um comissário abriu a porta do banheiro a pedido dos passageiros e na hora, tudo filmado, foi possível ver o casal com as calças abaixadas até os tornozelos. O homem fechou a porta rapidamente e todo mundo esfuziantemente caiu na gargalhada e ainda aplaudiu.

Mas o que aconteceria se o casal em questão fosse gay? As pessoas sabiam que havia dois passageiros na cabine, elas pediram para abrir a fim de se divertirem com a cena, porque, para elas, sexo hétero é passável, divertido, crianças no voo poderiam assistir e tudo deveria ser levado como natural, já que quando o casal sai do banheiro, é ovacionado pelo público que o cumprimenta. Ah, falávamos sobre gays, então, seriam humilhados e presos.

Esse é um caso de “banheirão” – ato sexual em banheiro de uso público e coletivo – que é proibido no Brasil, e conhecido entre os gays historicamente por não terem locais para expressar sua sexualidade, coisa que héteros fazem sem medo. O fato é que o casal seria denunciado, coagido, humilhado pelos passageiros e provavelmente agredido por pais a fim de protegerem seus filhos da cena errante e criminosa. Não haveria apoio da tripulação e passageiros.

A companhia confirmou o incidente e disse ter notificado a polícia: “Esse voo de Luton a Ibiza foi recebido pela polícia ao chegar, devido ao comportamento de dois passageiros a bordo”, disse a EasyJet em nota ao tabloide inglês Daily Mail, sem esclarecer se os dois foram detidos, ou seja, o resultado do ato não foi notícia, porque no importa se um casal hétero é preso ou não por fazer sexo, a eles é permitido. Esse é o privilégio hétero.

E não pensem que este artigo pede privilégio aos gays de fazerem sexo em público. Ao contrário, LGBTs são constantemente coagidos publicamente por andarem de mãos dadas ou trocarem beijos em locais públicos, por expressarem sentimentos nas redes sociais, qualquer ato de afeto entre iguais é motivo de repressão e tachado de perverso e imoral. Não queremos esse infortúnio. Queremos direitos iguais tanto para exercer nossos sentimentos, quanto para ser punidos pelo que é considerado crime.

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