Mulher trans é proibida de frequentar academia e MP acata denúncia

O Ministério Público de São Paulo apresentou uma denúncia contra o proprietário e a advogada de uma academia em Peruíbe (SP) por praticarem transfobia contra uma aluna. Segundo o G1, a denúncia foi encaminhada ao Tribunal de Justiça do Estado e refere-se a um incidente ocorrido em janeiro de 2022 e busca uma indenização por danos morais no valor de R$ 100 mil para a vítima, uma mulher trans.

O caso ocorreu quando em janeiro de 2022, Paola Bandeira foi convocada para uma reunião com o proprietário e a advogada da academia. Durante a reunião, os dois alegaram que o comportamento e as roupas de Paola eram inadequados para o loca, visto que eles tinham um público evangélico na academia. Além disso, eles questionaram Paola sobre a realização de uma cirurgia de redesignação sexual, o que foi negado pela vítima.

Nessa conversa, Paola foi informada de que não poderia utilizar o banheiro feminino: “Somos seres humanos e merecemos dignidade e respeito. Ainda tenho sequelas daquele dia. Me lembro como se fosse hoje da humilhação que sofri diante de outras pessoas. Só quero justiça para que outras pessoas na mesma situação que eu não passem por essa frustração na vida”, declarou Paola Paulina ao G1.

O advogado de Paola, Renan Gutevein, expressou sua esperança de que o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Advocacia trabalhem juntos em prol dos direitos dessas pessoas, criando precedentes para que casos de transfobia se tornem cada vez menos frequentes. Ele também destacou a importância de não utilizar o nome anterior da vítima nos registros policiais. A juíza Danielle Câmara acatou a denúncia do Ministério Público e solicitou que os acusados respondam às acusações em um prazo de dez dias.

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