Papa Francisco demite bispo conservador do Texas por causa da inclusão LGBTQ+

O Papa Francisco demitiu um bispo conservador do Texas depois de criticar fortemente o pontífice por uma recente declaração sobre a inclusão LGBTQ+ nas práticas católicas. Um anúncio do Vaticano no sábado (11 de novembro) revelou que o Bispo Joseph Strickland, do leste do Texas, foi “dispensado” de sua posição como chefe da Diocese de Tyler.

A decisão veio depois que o Papa ordenou uma “visita apostólica” em junho. Strickland estabeleceu-se como um dos principais críticos do pontífice, alegando que o Papa Francisco estava “minando o depósito da fé” e sendo um “palhaço diabolicamente desordenado”. Depois de receber um pedido de renúncia na quinta-feira (9 de novembro), Strickland relatou ter se recusado a deixar o cargo, forçando o Papa Francisco a destituir o bispo.

Numa declaração após o anúncio, o Cardeal Daniel Nicholas DiNardo, Arcebispo de Galveston-Houston, disse que uma investigação “exaustiva” levada a cabo por dois bispos dos EUA investigou “todos os aspectos da governação e liderança” de Strickland e concluíram que a continuação da sua liderança seria “inviável”: “Foi feita ao Santo Padre a recomendação de que a continuação de Dom Strickland não era viável”, confirmou o Cardeal DiNardo.

Strickland criticou recentemente o debate de Francisco sobre como tornar a Igreja mais acolhedora para os católicos LGBTQ+. A decisão de destituir o bispo do Texas segue-se à declaração do Papa Francisco de que os católicos transgênero podem ser batizados, servir como padrinhos e testemunhar casamentos, desde que isso não crie escândalo ou “confusão”.

Em resposta a um pedido de clareza do Vaticano, o papa confirmou que os adultos que se identificam como trans poderiam participar nas práticas católicas. O responsável da Igreja Católica referiu ainda que os menores de 18 anos que questionem a sua identidade de género poderão ser batizados se estiverem “bem preparados e dispostos”. A declaração foi celebrada por grupos de direitos LGBTQ+, que afirmaram ter enviado uma “mensagem inequívoca” aos líderes políticos de que a homofobia é inaceitável.