O agente Victor Hugo de Oliveira Castro enviou os dados em um grupo não oficial de policiais no aplicativo

PRF investiga vazamento de dados pessoais de mulher trans em grupo de policiais: “Brincadeira”

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) abriu uma investigação administrativa para apurar a divulgação dos dados pessoais de uma mulher trans em um aplicativo de mensagens, o Telegram. O vazamento aconteceu em um grupo não oficial de servidores da corporação com aproximadamente 870 pessoas. O policial alega que foi uma brincadeira que aconteceu entre amigos e que a foto já estava em seu celular por um motivo profissional.

Victor Hugo de Oliveira Castro enviou no grupo, chamado “Firma Curva do Rio”, informações particulares sobre a cabeleireira Daniela Rodrigo, de 38 anos, sem consentimento. O policial conversou com o G1 e alegou que tudo não passou de uma “brincadeira”.

“Foi uma brincadeira com o meu amigo. A única coisa que eu fiz foi brincar com um amigo meu. A foto já estava no meu celular por um motivo profissional, eu só aproveitei. Não fiquei procurando, não invadi o sistema [da PRF] para procurar os dados de ninguém, não fiz nada fora da lei […] [Eu] não tive o intuito de denegrir a imagem de ninguém, nem usar a imagem para causar dano a essa pessoa num grupo fechado onde só tem PRF. Não era para ter vazado de lá”, afirmou o policial.

O envio contava com uma foto dos dados da cabeleireira Daniela Rodrigo, que trabalha em Cerquilho, no interior de São Paulo. A imagem tinha o nome de registro dela, o nome completo da mãe, os oito dígitos do CPF e o número de registro da CNH. “Eu tive que correr atrás do prejuízo porque eu não quero nenhum problema para mim. Imagine se eles usam minha imagem para outra coisa, algum tipo de assalto, ou se me acusarem de qualquer outra coisa. Imagine se esse carro for roubado ou se o motorista causar um acidente e acharem que fui eu”, declarou.

O policial não afirmou o motivo de ter escolhido os dados da cabeleireira para “brincar”. O procurador da República de Bragança Paulista, Ricardo Nakahira, declarou a abertura de uma investigação para apurar se o policial cometeu o crime de violação de sigilo profissional.

Arthur Aguiar

Redator do Pheeno, formado em comunicação social e estudante de moda. Apaixonado por contar histórias e explorar culturas.

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