Morre precocemente aos 45 anos o ativista e parlamentar LGBTQIAPN+ Eliseu Neto

A comunidade LGBTQIAPN+ perde um grande nome na luta pela causa. Morreu nesta terça-feira (09/05), o psicólogo, ativista e secretário parlamentar Eliseu Neto, aos 45 anos. Eliseu foi co-responsável, junto ao partido Cidadania, no Senado pela ação no Supremo Tribunal Federal que resultou na transformação da LGBTfobia em crime análogo ao racismo. O parlamentar lutava contra uma doença autoimune.

A morte do parlamentar foi confirmada pela equipe da Coordenadoria da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio (CEDS-Rio). “A equipe da Coordenadoria da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio presta homenagem ao grande ativista Eliseu Neto que nos deixou hoje. Em 2013, Eliseu foi chamado pela CDS-Rio para ser membro atuante do Comitê Carioca da Cidadania LGBT. Em 2016, articulou e trabalhou na redação da Lei Estadual de Homofobia do Estado do Rio de Janeiro. Nossos profundos sentimentos à toda família e amigos”, lamentou a coordenadoria em nota.

Carlos Tufvesson, Coordenador Executivo da Diversidade Sexual do Rio, também lastimou a morte do amigo. “Que tristeza receber essa notícia! Mais um de nós que passa para o outro plano! Que você possa descansar e tenha uma linda passagem cheia de luz como vc é merecedor! Obrigado por toda a tua dedicação como grande ativista que você sempre foi”, escreveu Tufvesson. “Teu legado será continuado por todos e todas nós! Que Deus te abençoe querido! Obrigado por tudo”.

Em 2012, Eliseu foi convidado pelo presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, Comte Bittencourt, para entrar na vida pública como candidato a vereador pelo Cidadania, então PPS, nas eleições daquele ano. Não foi eleito, apesar de ser o 4º mais votado do partido, dentre 77 candidatos. Fundou ainda o núcleo Diversidade23, que luta contra qualquer tipo de preconceito.

Também em 2012, foi responsável pela inclusão de uma mulher transsexual na cota partidária destinada à candidaturas femininas, pedindo, em 2018, que essas candidaturas fossem consideradas para fins de alocamento dos recursos do fundo partidário. Por suas ideias para mudar a escola e por combater o bullying dentro e fora dela, além de outras políticas públicas, foi chamado em 2013 pela CEDS-Rio, para ser membro atuante do Comitê Carioca da Cidadania LGBT.

Em 2019, viu sua Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, impetrada por meio do Cidadania no Supremo Tribunal Federal, ser julgada como procedente. Como resultado, a LGBTfobia passou a ser considerada crime no Brasil, equiparada ao racismo. A equipe do site Pheeno lamenta profundamente a morte de Eliseu e deseja forças a amigos e familiares neste momento de luto. Sem sombra de dúvidas, fará muita falta em nossa comunidade.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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