Lésbica, Maria Casadevall lembra relacionamento com Caio Castro: “Fora do tom, fora do lugar”
Assumidamente lésbica há mais de 10 anos, Maria Casadevall deu detalhes sobre seus romances em entrevista à Marie Claire. A atriz já namorou Caio Castro no passado e relembrou que sempre sentiu um desconforto em suas relações com outros homens. Maria ainda conta que as experiências com mulheres sempre foram colocadas no lugar de “algo para ser vivido”.
A atriz nunca acreditou que sua vida homoafetiva seria algo central em sua vida. “Sempre enxerguei a minha atração por homens como a ‘regra a ser afirmada’, e o meu desejo por mulheres como uma ‘experiência para ser vivida'”, contou.
“Só aos 31 anos, através de muito afeto e letramento, compreendi que era só mais uma vítima da estrutura que nos obriga a enxergar a heteronormatividade como via única para o sucesso amoroso, e também compreendi toda a miopia social e distorção emocional que estavam pesando sobre as minhas escolhas afetivas”, afirmou.
Casadevall não deixou de citar a pressão que sofreu em seu relacionamento com Caio Castro, seu par romântico em ‘Amor à Vida’, de 2013. “Tive uma vida afetiva de relacionamentos com homens cisgênero (comecei a namorar aos 16), mas como não sabia identificar essa pressão, encarava com naturalidade o desconforto que vinha como consequência das minhas escolhas. Não sabia nomear, mas sabia que alguma coisa estava meio fora do tom, fora do lugar”, disse.
“Descobri que a jornada de autoconhecimento é uma caminhada de uma vida inteira, e não só um retiro ou um ‘mergulho’. Que estar aqui é uma escola, desde o dia em que se nasce até o dia em que a gente vai embora deste mundo”, relatou.
Hoje, Casadevall não deixa de levantar a bandeira da comunidade LGBTQIAPN+. “A importância de levantar cada um desses debates e trazer visibilidade para cada um deles é, sobretudo, integrá-los como uma luta comum através do reconhecimento de que toda opressão vem como sintoma de uma única estrutura que coloca a vida a serviço do lucro e essa estrutura é capitalista, patriarcal, branca e cis-heteronormativa em sua essência”, contestou.