*Babalorixá Gay sofre ataque e registra BO na delegacia
O babalorixá e candidato a vereador Pai Dário (PSOL) registrou, na última terça-feira (18), um boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), denunciando uma série de ataques que tem sofrido durante sua campanha eleitoral. Pai Dário é gay e conhecido por sua atuação religiosa no candomblé e como defensor da liberdade religiosa, relatou que o episódio mais recente ocorreu no dia 17 de setembro, quando encontrou seu carro de campanha pichado com mensagens de cunho racista e intolerante.
“Ontem, dia 17/09, fui surpreendido, ao chegar no meu carro, com uma pichação no vidro de trás, com dizeres racistas e intolerantes como ‘ArMaria (Ave Maria)’, ‘Tisconjuro (desconjuro)’, ‘CRV2eCrer’ (Cristo vive e crê)”, declarou Pai Dário.
Além do ataque físico, Pai Dário informou que também tem recebido ameaças e ofensas pelas redes sociais ao longo de sua campanha, ressaltando a gravidade da situação ao apresentar um dossiê junto ao boletim de ocorrência. “Ao longo da campanha também recebi ataques pelas redes sociais e junto eles aqui em dossiê para realizar, hoje, um boletim de ocorrência na Decradi, para avisar as autoridades competentes”, afirmou o candidato.
Pai Dário aproveitou a oportunidade para reforçar a necessidade urgente de proteção às religiões de matriz africana, destacando a realização da 17ª Caminhada pela Liberdade Religiosa, que aconteceu recentemente em Copacabana. “Estamos na semana da 17ª caminhada pela liberdade religiosa, que foi belíssima em Copacabana. É inaceitável que fatos como esse continuem ocorrendo. Se uma pessoa que tem voz pública e é candidata sofre esse tipo de violência religiosa, imaginem o que ocorre com as casas que são constantemente atacadas e vilipendiadas”, enfatizou.
O candidato destacou ainda a importância de uma luta mais efetiva contra o racismo religioso e pela liberdade religiosa no Brasil. “Precisamos lutar pela liberdade religiosa, mas também contra o racismo religioso, pois é inaceitável que as religiões de matriz africana sejam perseguidas, atacadas e não haja uma atitude do poder público de proteção efetiva ao nosso sagrado. Nossas religiões curam, educam, têm pedagogia, têm sabedoria ancestral!”, concluiu Pai Dário.
A denúncia de Pai Dário reacende o debate sobre a urgência de medidas mais eficazes para combater a intolerância religiosa e o racismo no país, especialmente contra as religiões de matriz africana, que são constantemente alvo de ataques e discriminação.
Assessoria de Imprensa
Pai Dário – Candidato a vereador