Travesti de 22 anos tira a própria vida após “destransição” conduzida por pastor evangélico
Letícia Maryon, uma jovem travesti de 22 anos, foi encontrada morta em um caso que levanta questões sobre a “destransição” e a pressão social e religiosa sobre pessoas LGBTQIA+. Letícia havia passado por um processo de “destransição” conduzido pelo pastor evangélico Flávio Amaral, conhecido por sua pregação que promete a possibilidade de “deixar a homossexualidade” através da fé, jejum e oração. O pastor é uma figura conhecida no meio cristão e tem se tornado um símbolo para aqueles que buscam reorientação espiritual, participando de programas de TV e podcasts que promovem sua mensagem.
O trágico desfecho da vida de Letícia ocorre em um contexto onde a busca por aceitação e conformidade com normas religiosas pode levar a consequências devastadoras. Em um post de despedida, Flávio Amaral expressou suas condolências, gerando uma onda de comentários, entre eles, um que destacava: “Acho que nem todos estão preparados para uma transformação“. A repercussão da morte de Letícia destaca a fragilidade emocional que muitos enfrentam ao se submeterem a processos de reorientação que desconsideram suas identidades e experiências de vida.
Este caso é um lembrete urgente sobre a necessidade de se discutir abertamente as consequências da “destransição” promovida por líderes religiosos, especialmente em um país como o Brasil, onde a violência contra pessoas trans ainda é assustadora. As histórias como a de Letícia apontam para a importância de oferecer apoio psicológico e acolhimento à comunidade LGBTQIAPN+, bem como de promover diálogos que respeitem e validem a diversidade de identidades de gênero. A morte de Letícia não deve ser em vão, mas sim um chamado à ação para que se implemente uma mudança significativa nas narrativas que cercam a sexualidade e a identidade.