Empresário é preso suspeito de dopar e abusar de homem em Goiás; defesa cita consensualidade
No último domingo (10), um empresário de 32 anos foi preso em Goiânia sob suspeita de dopar e abusar sexualmente de um personal trainer de 29 anos. Segundo o delegado Humberto Teófilo, da Central de Flagrantes, o suspeito conheceu a vítima durante uma festa e estava acompanhado de uma mulher, que teria ajudado a atrair o personal trainer para um carro de aplicativo. A polícia relatou que a vítima, já desacordada, foi levada ao apartamento do empresário, localizado no Setor Universitário.
Na manhã seguinte, ao recobrar a consciência, o jovem encontrou-se nu ao lado do empresário, que também estava despido e, segundo a vítima, teria tentado abusar sexualmente dela novamente. Em depoimento, o personal trainer afirmou não se lembrar de como chegou ao apartamento e nem do que ocorreu durante a madrugada. Para o delegado, essa condição caracteriza o crime de estupro de vulnerável, visto que a vítima estava em um estado de total inconsciência.
O caso ganhou novos contornos após a divulgação de imagens de câmeras de segurança do prédio onde o empresário mora, compartilhadas pelo jornalista Oloares Ferreira. Nos vídeos, é possível ver o empresário e a vítima caminhando juntos pelo corredor do prédio em clima amigável. As imagens mostram abraços e gestos de afeto, incluindo o momento em que o personal trainer toma a iniciativa de acariciar o empresário e lhe dá um leve tapa no rosto, ação que, para a defesa do suspeito, põe em dúvida a narrativa de que a vítima estivesse dopada e sem consciência.
A defesa de Pedro Felipe Xavier Santos, empresário preso pelo crime, afirmou que analisa as provas e os vídeos para construir uma posição formal sobre o caso. De acordo com a defesa, as imagens reforçam a tese de que o encontro foi consensual, e que o comportamento amigável do personal trainer sugere a ausência de qualquer estado alterado de consciência. No entanto, Pedro Felipe permanece detido, e a Justiça ainda não definiu a data para sua audiência de custódia.
A polícia investiga o possível envolvimento da mulher que estava com o empresário no momento do encontro com o personal. Segundo o delegado, ela ainda não foi identificada, mas, caso seja comprovado que ela sabia das intenções do empresário e contribuiu para que ele cometesse o crime, poderá responder pelo crime. O delegado reforçou a necessidade de identificar outras possíveis vítimas do empresário e pediu que qualquer pessoa que tenha sido abordada por ele denuncie à polícia.