Violenta disputa sobre políticas LGBTQ+ da Igreja Metodista deixa duas crianças mortas na Nigéria
Uma tragédia envolvendo membros da Igreja Metodista chocou a Nigéria no último domingo (15). Um confronto violento entre fiéis da Igreja Metodista Unida (UMC) e dissidentes da Igreja Metodista Global (GMC) resultou na morte de um homem e duas crianças pequenas no estado de Taraba, ao norte do país. O homem, identificado como Elisha Masoyi, de 27 anos, foi morto a tiros, enquanto as crianças, de dois e quatro anos, perderam a vida em incêndios que destruíram cabanas na comunidade local. Outras 10 pessoas ficaram feridas, e seis suspeitos foram detidos, segundo informações do jornal nigeriano The Guardian.
A tensão entre as duas facções religiosas é reflexo de uma divisão global na Igreja Metodista após a decisão histórica da UMC, em maio deste ano, de acabar com a proibição de 40 anos ao clero LGBTQ+ e flexibilizar restrições para a realização de casamentos entre pessoas do mesmo sexo. A medida, aprovada na Conferência Geral da igreja nos Estados Unidos, desencadeou a saída de milhares de congregações, que se uniram à conservadora Igreja Metodista Global ou formaram igrejas independentes. Na Nigéria, onde as tradições religiosas são predominantemente conservadoras, a cisão tem alimentado tensões cada vez mais acirradas.
Em resposta ao incidente, líderes da UMC condenaram a violência e apelaram pela reconciliação. O bispo eleito da UMC, Ande Emmanuel, e o bispo líder do país, John Schol, expressaram indignação ao afirmar: “É inaceitável que tal atrocidade ocorra entre cristãos, especialmente entre irmãos e irmãs que já fizeram parte da mesma família metodista.” Eles também pediram aos membros da GMC que cessem imediatamente a violência e evitem a disseminação de informações que fomentem medo e hostilidade.
O Conselho de Bispos da UMC também emitiu um comunicado lamentando as mortes e reafirmando que “a violência nunca resolve conflitos ou promove justiça”. O caso expõe não apenas as graves divisões internas da igreja, mas também a fragilidade das comunidades locais diante de disputas religiosas intensificadas por questões de inclusão e igualdade.