Cantora trans é encontrada decapitada e com mãos e pés amarrados no Mato Grosso

A Polícia Civil do Mato Grosso investiga o assassinato de uma mulher trans identificada como Santrosa, encontrada morta em uma área de mata no município de Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá, no último domingo (10/11). Santrosa, cantora e ativista, havia se candidatado a vereadora nas eleições municipais de 2024 pelo PSDB e chegou a ocupar uma posição de suplência, o que a poderia tornar, futuramente, a primeira vereadora trans da cidade.

Desaparecida desde sábado (09/11), a artista estava com um show agendado para aquela noite, mas não compareceu. Seu corpo foi encontrado amarrado, com mãos e pés atados, e decapitado, cena que revela uma violência alarmante. A notícia de sua morte provocou uma onda de comoção e revolta entre amigos, familiares e defensores dos direitos LGBTQIAPN+ em Mato Grosso.

Nas redes sociais, Santrosa frequentemente falava sobre suas batalhas e sonhos de representar a população LGBTQIAPN+ na política. Em 14 de outubro, ela compartilhou uma mensagem onde expressava sua determinação em seguir com seus projetos, mesmo não tendo sido eleita. “É possível ser a voz das pessoas mesmo não emplacando em números. Se a oportunidade for concedida, será executada com excelência”, escreveu ela.

Em resposta ao crime, a Associação da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Mato Grosso divulgou nota de pesar, declarando que acionou o Grupo Estadual de Combates aos Crimes de Homofobia (GECCH) e que cobrará justiça para Santrosa. “Mais uma vez, a comunidade LGBTQIAPN+ de Mato Grosso se vê em luto, esperando por respostas e por uma investigação que garanta justiça e ponha fim à impunidade nesses casos”, declarou a associação.

O PSDB também se manifestou em comunicado, lamentando a perda de Santrosa e destacando o impacto de sua trajetória. “Recebemos com profunda tristeza e enorme indignação a notícia da morte da cantora Santrosa, transexual, que foi candidata a vereadora em Sinop. Ela foi encontrada morta em circunstâncias brutais, evidenciando uma violência extrema”. A polícia, até o momento, não revelou se há suspeitos pelo crime, nem se Santrosa havia recebido ameaças recentemente.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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