Desenho de “pênis voador” enviado por embaixador a diplomata vira caso de polícia no Itamaraty
Uma suposta brincadeira entre membros do Ministério das Relações Exteriores (MRE) acabou em caso de polícia após o envio de uma carta anônima contendo o desenho de um pênis com asas, popularmente conhecido como “caralho voador”, ao primeiro-secretário Cristiano Ebner, chefe da Divisão de Saúde e Segurança do Servidor (DSS). A correspondência, enviada em junho de 2024, foi investigada pela Polícia Federal (PF) após Ebner interpretar o ato como uma ameaça, já que ele lida com exames admissionais e perícias médicas que podem impactar a vida funcional de servidores. O remetente fictício, “Fundação Kresus”, fez referência à mitologia grega, mas a origem da carta só foi descoberta após a análise de câmeras de segurança do órgão.
O autor da “brincadeira” foi identificado como Pablo Cardoso, ministro-conselheiro do Brasil junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que atua em Lisboa. Cardoso entrou em contato com Ebner dois meses após o ocorrido para se desculpar, classificando o ato como “infantil” e pedindo que o colega desistisse de levar o caso adiante. No entanto, Ebner manteve a queixa, alegando que a ação foi “detalhadamente planejada” e causou constrangimento, angústia e ansiedade. Ele também classificou a conduta como “indecorosa, antiética e preconceituosa”, sugerindo que o desenho poderia ser uma alusão a um “passaralho”, termo usado para demissões em massa.
Diante das acusações, Pablo assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), comprometendo-se a manter um comportamento compatível com seu cargo por 24 meses. A Polícia Federal arquivou o caso por “falta de elementos para a consumação do delito”, e não houve abertura de processo administrativo disciplinar na Corregedoria do MRE. Cardoso afirmou ao jornal O Globo que o TAC vem sendo “rigorosamente cumprido” e que o procedimento não concluiu pela existência de assédio moral ou quebra de decoro. Ele também destacou que não há penalidades disciplinares em curso. Apesar do episódio, Cardoso não foi punido, muito pelo contrário. Segundo informações do Metrópoles, ele foi promovido e agora está de malas prontas para chefiar a embaixada brasileira na Guiné-Bissau.
