Quem é Luis Antonio Tagle, o candidato papal favorito que já defendeu acolhimento LGBTQ+?
Após a morte do Papa Francisco nesta semana, aos 88 anos, católicos ao redor do mundo — incluindo pessoas LGBTQIAPN+ impactadas pela doutrina da Igreja Católica — se perguntam quem ocupará seu lugar. Entre os favoritos está o Cardeal Luis Antonio Tagle, conselheiro próximo de Francisco e potencialmente o primeiro papa filipino da história, segundo informações do site Them.us. Tagle, conhecido por sua postura humilde e acessível, pode dar continuidade à relação complexa que Francisco manteve com os direitos LGBTQIAPN+, equilibrando compaixão e tradição doutrinária.
Nascido em 1957, Tagle foi ordenado sacerdote em 1982 e tornou-se cardeal em 2012, sendo o sétimo filipino a alcançar o título. Com uma trajetória marcada por gestos de simplicidade — como usar transporte público —, ele se aproximou do estilo pastoral de Francisco. Além disso, já demonstrou certa abertura em relação à comunidade LGBTQIAPN+, reconhecendo que a Igreja historicamente marginalizou grupos como gays, divorciados e mães solteiras. Em 2015, durante uma conferência em Londres, ele criticou os rótulos severos que afastaram essas pessoas da sociedade.
No entanto, assim como Francisco, Tagle mantém alinhamento à doutrina católica em temas como casamento igualitário e homossexualidade. Em 2019, ele pediu que jovens católicos parassem de discriminar pessoas LGBTQIAPN+, mas sem questionar o ensinamento oficial da Igreja. Sua postura reflete uma abordagem pastoral que busca acolher sem necessariamente validar — um equilíbrio que, para muitos, ainda é insuficiente. Ele também apoiou as críticas de Francisco à “colonização ideológica” de pautas como direitos LGBTQIAPN+ e aborto, mostrando que, se eleito, mudanças radicais são improváveis.
A sucessão papal ainda é incerta, com outros nomes em disputa, como o Cardeal polonês Konrad Krajewski, conhecido por ajudar profissionais do sexo trans durante a pandemia. Se Tagle for escolhido, representará um passo simbólico para a diversidade no Vaticano, mas a comunidade LGBTQIAPN+ não deve esperar transformações profundas. Como brinca a piada antiga: não importa quem seja, o próximo papa ainda será católico — e, com isso, herdará os desafios de conciliar fé, tradição e direitos humanos.