Apple é alvo de repressão e recebe multa de mais de R$ 600 mil na Rússia por ‘propaganda LGBT’

A gigante da tecnologia Apple foi multada em 10,5 milhões de rublos (cerca de R$ 628 mil) por autoridades russas, segundo informações da agência Reuters. As penalidades foram aplicadas em quatro processos administrativos separados, sendo três deles relacionados à suposta violação da controversa lei russa que proíbe qualquer forma de “propaganda LGBTQ+”.

De acordo com o Tribunal Tagansky, em Moscou, a Apple Distribution International Ltd foi considerada culpada em três infrações administrativas, resultando em três multas de 2,5 milhões de rublos cada (cerca de R$ 149 mil por multa). A empresa também foi penalizada com uma quarta multa de 3 milhões de rublos (cerca de R$ 179 mil) por, supostamente, não restringir o acesso de usuários a conteúdos considerados ilegais pelo regime russo. A audiência foi fechada ao público a pedido do representante legal da Apple, e, até o momento, a empresa não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

O episódio é mais um reflexo da onda de repressão que vem assolando a população LGBTQIAPN+ na Rússia. Desde a aprovação da lei antipropaganda, casos de prisões de donos de bares, detenções em massa de frequentadores de boates queer e censuras bizarras, como a classificação do desenho My Little Pony como conteúdo adulto, têm sido cada vez mais frequentes. Até aplicativos como o Duolingo foram forçados a remover conteúdos inclusivos, e um estudante gay foi expulso da universidade por publicar vídeos de maquiagem.

Além disso, relatos recentes revelam um cenário ainda mais distópico: em fevereiro deste ano, veio à tona a existência de um banco de dados estatal com registros de cidadãos LGBTQIAPN+, que seriam vigiados por suposta ligação com o que o governo Putin classificou como “movimento LGBT internacional extremista”. As denúncias incluem também a morte suspeita de um homem preso por administrar uma agência de turismo voltada ao público LGBTQIAPN+ e a multa aplicada a outro por uma piada sobre o movimento.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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