No dia em que completaria 39 anos, ativista trans morta na Lapa será velada no Rio e enterrada em Belém
Nesta quinta-feira (08/05), data em que completaria 39 anos, a cozinheira e ativista trans Dannielly Rocha, conhecida como Danny Rocha, será finalmente sepultada em sua cidade natal, Belém do Pará. Brutalmente assassinada dentro de casa na Lapa, no Centro do Rio de Janeiro, Danny teve a vida interrompida de forma violenta na madrugada da última sexta-feira (02/05). As investigações apontam que um homem desconhecido esteve no imóvel, cometeu o crime e saiu levando o celular da vítima. Câmeras de segurança registraram a saída do suspeito, ainda não localizado.
Danny era cozinheira e ativista na CasaNem, um espaço fundamental de acolhimento para pessoas LGBTQIAPN+ no bairro do Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro. Sua morte chocou não apenas quem convivia com ela diariamente, mas também movimentos sociais e parlamentares que denunciaram o crime como mais um reflexo da violência estrutural contra pessoas trans no Brasil. A mobilização em torno de sua despedida resultou em uma campanha solidária que arrecadou R$ 18 mil, garantindo o velório no Rio de Janeiro e o traslado do corpo para o Pará.
O velório de Danny acontecerá nesta quinta-feira (08/05), das 12h às 15h, na Capela 1 do Crematório e Cemitério da Penitência, no Caju. A deputada estadual Dani Balbi (PCdoB), que liderou esforços pela arrecadação e acompanha de perto o caso, celebrou a conquista do traslado com nome social e reafirmou seu compromisso com a luta por justiça. “Danny merece ser lembrada com afeto, justiça e pelo legado de acolhimento que deixou”, disse a parlamentar.
A comoção provocada pelo assassinato tem impulsionado manifestações públicas que exigem respostas das autoridades. “A sociedade não pode aceitar o silêncio diante do assassinato de mais uma mulher trans. Exigimos a apuração rigorosa dos fatos. Não descansaremos até que Danny Rocha tenha justiça”, afirmou Dani. Em um país onde a expectativa de vida de pessoas trans é de apenas 35 anos, o caso de Danny reforça a urgência de políticas de proteção, acolhimento e visibilidade para uma população historicamente negligenciada pelo Estado.