Primeira-dama da França trava batalha judicial contra boato de que seria mulher trans

A primeira-dama da França, Brigitte Macron, entrou com um recurso no Tribunal de Cassação, a mais alta instância da Justiça francesa, após a absolvição de duas mulheres acusadas de propagar nas redes sociais o boato transfóbico de que ela seria uma mulher trans. A informação foi confirmada por seu advogado à agência AFP. O irmão de Brigitte, Jean-Michel Trogneux, que também foi alvo das alegações, igualmente recorreu da decisão. Em setembro, as duas acusadas haviam sido condenadas por difamação, mas conseguiram reverter a decisão na última semana.

As envolvidas, Amandine Roy, que se apresenta como médium, e Natacha Rey, autointitulada “jornalista independente autodidata”, foram absolvidas de 18 acusações após julgamento em segunda instância. Elas deram origem ao boato em 2021, durante uma entrevista em que afirmavam que Brigitte teria se submetido a cirurgias de redesignação de sexo, que não seria a mãe de seus filhos, e divulgaram informações pessoais sobre o irmão da primeira-dama. À época, o tribunal havia determinado que pagassem indenizações de até € 8 mil (cerca de R$ 52 mil).

A propagação da mentira não se restringiu à França. Após Brigitte denunciar o caso em 2022, o boato ganhou força em comunidades da extrema direita internacional, chegando aos Estados Unidos durante a corrida eleitoral de 2024. A desinformação, que contesta o sexo biológico de mulheres ligadas a líderes políticos, tem sido usada sistematicamente para atacar figuras públicas, como a ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, a ex-primeira-dama americana Michelle Obama e Begoña Gómez, esposa do premiê espanhol Pedro Sánchez.

Desde a eleição de Emmanuel Macron em 2017, teorias conspiratórias circularam nas redes sociais alegando que Brigitte Macron nunca existiu e que seria, na verdade, uma identidade assumida por seu irmão após uma suposta transição de gênero. “O pior são as notícias falsas e os argumentos inventados, com pessoas que acabam acreditando neles e que te afetam, até mesmo na sua identidade”, declarou o presidente francês em entrevista recente, destacando o impacto emocional dessas campanhas de desinformação.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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