Festa de Lucas Guedez com tema de culto evangélico gera bate-boca com filha de cantora gospel

A recente polêmica envolvendo o influenciador digital Lucas Guedez e a cantora gospel Cassiane reacendeu um debate que vai muito além de uma festa de aniversário: até que ponto pessoas LGBTQIAPN+ devem buscar aceitação em espaços que historicamente as rejeitam? Lucas, que completará 30 anos em setembro, planejou seu aniversário com tema de culto evangélico e se frustrou com a recusa de Cassiane em se apresentar. Nas redes sociais, o comunicador questionou se o verdadeiro motivo do cancelamento seria sua orientação sexual.

O desabafo de Lucas reflete uma tensão que muitos LGBTQIAPN+ enfrentam: o desejo de se sentir acolhido em instituições religiosas que, na prática, não oferecem espaço seguro para sua existência. “Eu queria muito, mas infelizmente houve aí uma confusão… só de eu ter falado que eu queria fazer um culto, foram inúmeras tentações para não dar certo”, relatou o influenciador. Mesmo assim, ele manteve o entusiasmo de celebrar sua fé, convidando outros nomes do meio gospel para seu evento, ignorando, de certa forma, o histórico de exclusão que essas pessoas e instituições promovem.

A defesa da cantora veio por meio de Jayane Santana, filha de Cassiane, que negou qualquer recusa motivada por preconceito e atribuiu o cancelamento a um conflito de datas familiares. “O aniversário da minha avó é no mesmo dia. Temos um relacionamento de muito apego com ela, e vamos passar esse dia em família. Não foram inventadas várias desculpas”, explicou Jayane. No entanto, a explicação não foi suficiente para acalmar os ânimos de Lucas, que deixou transparecer sua suspeita de que a recusa poderia ter relação com sua orientação sexual.

O episódio evidencia um paradoxo recorrente: por que insistir em ser acolhido por instituições que historicamente são anti-LGBTQ+? A indignação de Lucas, que se disse em choque ao perceber que alguém que admirava poderia rejeitá-lo, revela o quanto essa busca por aceitação em espaços religiosos pode ser dolorosa e, muitas vezes, infrutífera.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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