Justiça mineira autoriza tratamento para adolescente trans de 12 anos
A Justiça mineira concedeu nesta terça (01/08) autorização a uma adolescente trans de 12 anos para que inicie seu tratamento com bloqueadores hormonais, em Uberlândia. A ação civil foi movida devido à resistência do pai em permitir que a filha, designada como do sexo masculino ao nascer, dê início ao processo de adequação de gênero.
O promotor de Justiça Jadir Cirqueira de Souza, ouviu o posicionamento da própria adolescente, assim como a equipe multidisciplinar da UFU (enfermeira, médica, psicóloga e psiquiatra), que além de confirmar o diagnóstico, destacou que o uso da medicação é preventivo, com efeitos reversíveis, não prejudica a formação dA adolescente e respeita sua vontade e as condições de gênero, garantindo a proteção de sua saúde física e mental.
Segundo o relatório emitido pela equipe multidisciplinar da UFU, os medicamentos que interrompem a puberdade visam a impedir que a criança desenvolva características masculinas ou femininas naquele momento, a fim de que ela possa experimentar a vivência no gênero com o qual se identifica. O bloqueio da puberdade pode ser revertido entre os 16 e os 18 anos, de acordo com a vontade do indivíduo.
Caso a pessoa continue a se afirmar como transgênera, só então passará a tomar os hormônios de acordo com o gênero com o qual se identifica; caso decida voltar a viver de acordo com o gênero que lhe foi designado ao nascer, basta interromper o uso dos bloqueadores. Uberlândia foi a primeira cidade do estado a receber um ambulatório voltado especificamente para o atendimento da população trans, instalado no Hospital das Clínicas da UFU em janeiro deste ano e oferecido pelo SUS.