Time norueguês se nega a jogar em Dubai por preconceito contra LGBTs
O Rosenborg cancelou a viagem de pré-temporada que faria em Dubai, depois que parte de sua torcida ameaçou boicotar o atual campeão norueguês, até mesmo cancelando carnês de temporada, em protesto à maneira como homossexuais e mulheres são tratados nos Emirados Árabes Unidos.
O último relatório do Observatório dos Direitos Humanos (ODH) sobre os Emirados Árabes afirma que a “sodomia” é punida com dez anos de prisão em Dubai. A organização sem fins lucrativos Preso em Dubai, que auxilia vítimas de injustiça no país, acrescenta que há “leis rígidas e discriminatórias condenando LGBTs e promovendo a homofobia em nome da religião”. O ODH também relata que os Emirados Árabes legalmente permitem violência doméstica e agressão contra mulheres, além de institucionalizar a submissão da mulher aos homens. A Anistia Internacional resume que mulheres “continuam a sofrer discriminação, tanto na lei, quanto na prática”.
“A escolha do local contrariava os valores do clube e de seus torcedores. Diante de tantas outras opções disponíveis, é absolutamente desnecessário realizar a pré-temporada em Dubai”, disse um porta-voz dos torcedores. “O Rosenborg significa mais do que o sucesso no campo. Em 2017, todos concordamos que a orientação sexual não deve ser crime e que as mulheres também devem ser tratadas com igualdade em relação aos homens”, acrescentou.
Em comunicado oficial, o Rosenborg informou que decidiu cancelar a viagem e escolher outro destino, após análise interna. “Não podemos subestimar as reações e opiniões dos nossos torcedores”, disse o diretor esportivo, Stig Inge Bjornebye.