RJ: Exposição que exibia obra de Nossa Senhora com pênis é censurada e autor indiciado

Após uma denuncia anônima de nudez, exposição é fechada por ordem da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro e autor da obra ‘Todxs Xs Santxs’ foi indiciado.

No dia 28/02 a exposição ‘Lavra 2020’, realizada pelo coletivo homônimo, foi fechada após uma ‘notícia-crime’ registrada pelo deputado estadual Márcio Gualberto e pela deputada federal Chris Tonietto, ambos do PSL do Rio, na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), contra o artista Órion Lalli, autor da obra ‘Todxs Xs Santxs’, que foi renomeada para #eunãosoudespesa. A exposição foi inaugurada no dia 05/02 e estava em cartaz no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica (CMHO), localizado no centro do Rio.

A obra que causou toda polêmica exibia uma imagem da Virgem Maria com um seio nu e um órgão masculino, além da frase “Deus acima de tudo, gozando acima de todos”. De acordo com os parlamentares, a exposição representava vilipêndio ao sentimento religioso, crime expresso no artigo 208 do Código Penal. O Secretário de Cultura do Rio de Janeiro, Adolfo Konder, se manifestou em suas redes sociais e afirmou que a obra de Lalli realmente promovia intolerância religiosa, além de ser um ato de vilipêndio. O artista se pronunciou nas redes sociais: “quero apenas deixar uma reflexão imagética sobre ícones, falar dessas imagens que povoam e atravessam o nosso imaginário e que de certa forma moldam a nossa maneira de pensar”.

Nesta mesma semana, a fundação cultural administradora da Galeria Municipal de Arte de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, fechou a exposição coletiva ‘Ruína’, também através de uma denúncia anônima por nudez. Porém, assim como no CMHO, ambas as exposições exibiam avisos com a classificação indicativa e as instituições estavam cientes do teor da exposição antes da abertura. Estes dois casos endossam o dados durante a abertura da 7ª Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp) por Celso Curi, membro da equipe da Secretaria da Cultura da Prefeitura de São Paulo. Segundo Celso, desde 2018, já houve 380 atos ou tentativas de censura.

Vino

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Arquiteto, DJ, VJ, Produtor de Eventos e redator colaborador de conteúdos sobre diversidade LGBTI+ do portal Pheeno.com.br! #MandaAssunto

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