Ministro da Educação nega acordo e vai responder por homofobia no Supremo Tribunal Federal
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Após dizer que “homossexuais são frutos de famílias desajustadas”, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, rejeitou o acordo oferecido pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que poderia livrá-lo da abertura de inquérito por homofobia no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na ocasião, o ministro teria de admitir que cometeu crime após sua declaração em entrevista ao Estadão, publicada em setembro. “Acho que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic) tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe. Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem de fato, e caminhar por aí. São questões de valores e princípios”, afirmou na época.
Segundo o portal Terra, em manifestação enviada ao STF nesta quinta-feira (26/11), Ribeiro comunicou oficialmente que recusa a proposta de acordo e pede o arquivamento do caso. O ministro também reiterou “o seu mais firme pedido de desculpas, já formulado publicamente, a toda e qualquer pessoa que tenha se sentido ofendida pelas palavras proferidas“. O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), responsável pela defesa de Ribeiro, José Levi, argumentou que o ministro já pediu desculpas de forma “firme” e pública e tem “inquebrantável compromisso” com os direitos fundamentais. Levi alegou ainda que há “claríssima ausência” de crime.