Homens acusam assistente de João de Deus de abuso sexual; crimes ocorreram durante sessões espirituais

Quatro homens denunciam Sebastião de Lima, mais conhecido como Tião de Lima, por abusos sexuais. Ele atuou por quase quatro décadas ao lado de João de Deus na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO). Tião era tido como braço direito do líder religioso. As vítimas denunciaram os abusos em entrevista ao portal Metrópoles

Segundo os relatos, os assédios ocorreram durante as décadas de 1990, 2000 e 2010. Três vítimas procuraram ao local após terem sido diagnosticadas com o vírus HIV e ficarem sabendo que João de Deuscurava” do vírus. “Ele colocou um lençol branco por cima e explicou que o tratamento teria que ser feito pelo órgão sexual, a cura seria feita por ali, porque foi ali que o vírus entrou. Como ele ficou muito encostado na maca, ninguém percebeu o que ele estava fazendo“, afirmou Marcus, nome fictício dado para uma das vítimas.

Ele disse: ‘Abre sua calça devagarinho, que eu vou precisar segurar o seu pênis para realizar o seu tratamento, porque foi por onde você se contaminou, então vai ter de ser por onde vai ser feita a cura, a limpeza, o tratamento’. Ele ficou segurando o meu pênis, não lembro por quanto tempo, mas disse que eu precisaria ficar em prece o tempo todo“, continuou. Ao sair, Marcus ouviu de Tiãozinho que ele poderia “se considerar curado” do HIV. Ele refez o exame e viu que continua soropositivo e ainda levou um esporro da médica infectologista. “Ela me deu um esculacho, com toda a razão, e disse que não ia pedir um novo exame [de HIV], porque isso seria duvidar da ciência“, conta.

O agente de viagem Felipe Dias afirma que também foi assediado sexualmente por Tião. Ele afirma que o homem o pegou pelo braço na fila, o levou para sua sala e disse que iria ajudá-lo. “Dentro da sala, ele chegou perto de mim e, enquanto falava sobre o tratamento, pegou na minha virilha e pediu para ver. Para ver o que tinha lá dentro. Ele então colocou a mão dentro da calça. Eu me afastei, perguntei o que aquilo tinha a ver com o tratamento. Ele disse que eu precisava daquilo“. As duas outras vítimas pediram sigilo dos nomes, mas deram relatos parecidos como que Tião os levou. “Ele disse que não era viadagem, que era tratamento. Porque ele não era viado, era casado e tinha filhos”, diz uma das vítimas.

Tião negou todas as acusações. Por meio de nota, o advogado dele, Jorge Barbosa Lobato, classifica os relatos como “alegações vazias, sem nenhum respaldo fático, e indignas de credibilidade”. Tiãozinho também diz que não era funcionário do centro, o que é desmentido por pessoas que trabalharam ou frequentaram a Casa Dom Inácio de Loyola, como mostra a reportagem.

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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