Ágatha Pauer: “Queremos que você se responsabilize pelo seu privilégio cis e microagressões diárias”
Conversamos com Ágatha Pauer no estúdio do Pheeno! A comunicadora digital, dramaturga e atriz é natural de Cabo Frio (RJ) e conta que rejeitava o termo travesti quando fez sua transição: “Tinha perspectiva que a travestilidade é marginal, suja”.
Hoje, ela se entende como uma travesti, negra, pansexual e não-monogâmica, mas revela que o processo não foi fácil: teve dificuldades inicialmente com sua mãe e seu irmão, além de perder um namorado, gay cis branco, ao transicionar. Ágatha revela que precisou entrar para a prostituição para conseguir dinheiro para sair de casa, mas que hoje sua mãe a acolhe e defende.
A comunicadora critica pessoas que fazem “transfake”, afirma que aprendeu na “pedagogia da navalha” a lidar com homens e mulheres travequeiras e defende que a intelectualidade travesti é muito cara: “Quando eu produzo uma intelectualidade eu estou sobrevivendo com uma mera expectativa de vida já marcada”.