PM é acusada de transfobia durante abordagem em SP: “Quer que chame de mulher? Troca o nome na certidão”

Uma agente da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) é acusada de transfobia em uma abordagem feita em um grupo de meninas trans e travestis em Osasco, no domingo (30/01). No vídeo, divulgado por uma das vítimas, a transexual Luna Nunes, de 22 anos, mostra a policial dizer que se “ela quer ser chamada de mulher, tem que trocar o nome na certidão”.

O episódio ocorreu quando Luna e as amigas estavam em uma tabacaria quando um casal em uma motocicleta atropelou uma mulher e depois fugiu. Luna foi socorrer a vítima e chamou os Bombeiros e a Polícia Militar. A mulher afirma que desde a chegada da viatura, ela e as amigas foram destratadas. Segundo ela, a policial insistiu em chamá-la de “ele”. “Quer que chame de mulher, vai trocar o nome na certidão. Tem que ter no RG o nome de mulher. Por enquanto, é homem. Vai, rapa fora daqui”, diz a agente no vídeo. Nas redes sociais, Luna chamou a atenção do prefeito da cidade, Rogério Lins, sobre o caso. “Parabenizo a PM do Estado de São Paulo por colocar uma profissional não capacitada intelectualmente para trabalhar em sociedade. Transfobia é crime, amor! Parabéns ao prefeito pela ‘segurança e qualidade’ recebida em nosso município”, disse.

A vereadora Erika Hilton (Psol-SP) informou que solicitou uma investigação dentro da corporação. Por meio de ofício, ela denuncia o caso para que a conduta “seja urgentemente investigada e encerrada”. “Não aceitaremos violência institucional contra as nossas. Temos memória e queremos justiça”, frisou a vereadora. Em nota, a Polícia Militar informou que foi instaurado procedimento interno para analisar a conduta da policial, que também será reorientada.

Desde 2019, os crimes de LGBTfobia foram equiparados aos de racismo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), sendo inafiançáveis e imprescritíveis. A decisão prevê pena de um a três anos de prisão. 

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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