Alunos de escola estadual em São Paulo protestam dentro da instituição contra transfobia de diretora

Alunos da Escola Estadual Professora Rosa Inês Bornia Moreira, em Sete Praias, na Zona Sul de São Paulo, acusam a diretora da instituição de assédio moral, transfobia e de impedir que alunos do período noturno jantem no colégio.

Segundo os estudantes, a diretora proibiu que uma aluna trans utilizasse o banheiro feminino, além de impedir que ela fosse chamada pelo nome social no ambiente escolar. Ao G1, a aluna de 16 anos afirmou que é diariamente constrangida pela diretora. “Toda vez quando falavam meu ‘nome morto’ [o nome do nascimento] na chamada, eu sempre corrigi. Nisso, a diretora fez uma reunião com eles [professores] e disse que deveriam continuar usando meu ‘nome morto’ na chamada. Sempre quando ela via alguém me chamando pelo meu verdadeiro nome, ela corrigia pelo meu ‘nome morto’. É muito triste para mim ter que lidar com isso, eu tenho diversos traumas e continuo tendo que lutar pelo mínimo de respeito“, disse a estudante para o portal.

A jovem conta que um dia foi para a escola com a saia do uniforme escolar e foi obrigada, na sala da própria diretora, a trocar por uma calça. “Ela sabe sobre a minha transição, mas nunca aceitou. Sempre me disse muitas palavras de ódio, chegou a dizer que, dentro da escola, isso não existe, e eu serei tratada como homem“, afirmou a estudante. Na última semana, os adolescentes realizaram uma série de protestos dentro da escola contra a diretora. Em um deles, policiais foram acionados para conter os alunos. Segundo o grêmio estudantil da isntituição, os protestos começaram após circular nas redes sociais uma foto da diretora segurando uma arma.

Eles denunciam também que são impedidos de jantar após as 19h. De acordo com relatos, até mesmo os alunos que trabalham e possuem o comprovante para se alimentar na instituição de ensino são impedidos. A orientação aos funcionários é que a comida não consumida até as 19h deve ser jogada no lixo. Ao G1, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc-SP) informou que a diretora foi afastada até que seja concluído um “processo de apuração preliminar para averiguar a conduta da profissional citada“.

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Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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