Em “Pantanal”, José Leôncio defende Zaquieu e discute com Tadeu e peões sobre homofobia: “É crime”

A fuga de Zaquieu (Silvero Pereira) após ser vítima de homofobia comoveu os telespectadores da novela “Pantanal“, nesta segunda-feira (04/07). O mordomo sofreu ofensa de Tadeu (José Loreto) e embarcou em uma chalana para deixar a fazenda. Ele deixou uma carta para a patroa, Mariana (Selma Egrei), e fez José Leôncio (Marcos Palmeira) refletir sobre preconceito, falando abertamente de homofobia, explicando o que é e qualificando a atitude como crime. 

“Há certas piadas que eu jurei para mim mesmo que não iria mais tolerar. Pode soar repentino, mas não exagerado que eu, enquanto ser humano, exija ser tratado com o mínimo de dignidade e decência, o que não fui por todos nessa fazenda e nem tenho esperança de ser. Por isso, achei melhor sair à francesa”, escreveu Zaquieu. Indignado com o preconceito de Tadeu, Leôncio proibiu o filho e todos os peões de praticarem homofobia na fazenda. “Todo mundo que achou graça na esquisitise do Zaquieu… Mas é bom o povo se acostumar. Isso que ocês fizeram não é piada, não. É homofobia e é crime“, disparou. Visivelmente irritado, Tadeu partiu para o deboche contra o pai. “Vamo todo mundo preso. Eu, trindade. A começar pelo senhor, né, meu pai?“, indagou. “Era isso mesmo que tinha que acontecer. Se nós estivéssemos num país sério, todo mundo que sorrisse do jeitinho dos outros é cadeia, xadrez“, respondeu o fazendeiro.

“Ocê não sabia que isso era tão sério, Tadeu. Eu também não sabia. Nenhum de nós sabia disso aqui. A verdade é que crescemos e vivemos sorrindo disso aqui tudo. Achando que o sujeitinho por ser diferente é sem carater, é sem valor, mas não é… Já que nós estamos tudo aqui reunido. Quero que ocês saiba que de hoje em diante, quem fizer pouco caso de alguém seja pelo motivo que for, pode ajudar as suas tralhas de arreio e simbora daqui. Cabo essa história“, continuou Leoncio. “Mesmo se for um filho do senhor“, indagou Tadeu. “A começar por eles, Tadeu. Que é para dar o exemplo“, finalizou.

Na primeira versão de “Pantanal“, exibida em 1990, a sequência foi bem diferente. Não há menção a homofobia, um conceito inexistente à época, nem a lei – que também não existia. Não há uma combatividade efetiva ao comportamento dos peões.

Confira a cena