RJ: Rapper carioca não-binária é a campeã da edição da diversidade da Tradicional Batalha do Real

Devilzinha tem 20 anos, estuda Filosofia na Universidade Estadual Rio de Janeiro (Uerj), mora no Engenho de Dentro, zona norte do Rio, se identifica como o N, não-binário, na sigla LGBTQIAPN+, e foi a grande campeã da edição da diversidade da Tradicional Batalha do Real, realizada no último sábado (02/07), na Lapa, pela Brutal Crew. A disputa ainda teve como destaques Camilla Red e Athena, que ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente.

A minha história com o rap começou no final de 2019, em setembro, quando participava de batalhas de rima on line. Comecei a frequentar batalhas de rua e, a partir daí, foi uma atrás da outra, tendo me destacado na Batalha do Coliseu, conhecida nacionalmente pelo alto nível“, conta a MC, que é fã da rapper trans Monna Brutal, sua grande motivação para seguir o caminho do rap. “Ela é muito bala, minha referência máxima. Até então, não me identificava como LGBTQIAPN+ publicamente, sempre soube, mas não era público, assinava como Devil“, desabafa a artista, que também trabalha como assistente administrativo. “Importante a Batalha do Real tomar partido. Realizei um sonho de muito tempo, bati na trave algumas vezes. Me senti representada e representando outras pessoas“, analisa.

A MC campeã recebeu prêmios em dinheiro, R$ 2.200, e ainda levou R$ 200 para a Batalha do Forte, que a classificou. A Batalha do Real envolveu 25 pessoas na produção e 25 artistas, gerando 50 pessoas empregos diretos. Essa edição da Tradicional Batalha do Real 19 anos, comemora quase duas décadas da mais importante e conceituada batalha de rima da América Latina, com MCs de todo o Rio de Janeiro disputando o título. Foi uma batalha marcada pela inclusão, com intérpretes de Libras. Participaram seis MCs LGBTQIA+ e mulheres: Camilla Red (Batalha do Tank), Tarzan__mc (Marginow), Devilzinha (Batalha do Fort), Athena (Batalha da Helianto), Kat Paixão (Roda cultural central) e AnjosMC (Roda Cultural Cidade de Deus). 

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Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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