Gays carregam o Twitter nas costas e podemos provar (da pior forma)

Mal 2023 começou a as principais trends orgânicas do Twitter foram geradas por gays, sem nenhuma pretensão, ou talvez, com muita pretensão, o que explica o protagonismo da letra G nas redes sociais, em especial, gays narcisistas cujo único objetivo é reforçar o estereótipo de que gays só pensam em corpos, sexo, e são predadores de homens.

Os três mosqueteiros do momento são a prova de que uma grande parte da comunidade GGG não está minimamente conectada com nenhuma consciência de luta, ativismo ou aprendizado para que outras camadas da sociedade respeitem nossa existência. E não é uma questão moral, não em relação a essas personagens, mas aos ataques que eles receberam da própria comunidade.

Um jovem se mete em uma confusão com um motorista de aplicativo, porque supostamente tentar pagar a corrida com sexo oral, o motorista, em vez de apenas recusar ou até encaminhar o passageiro à polícia, por assédio, resolveu expô-lo nas redes, o que configura crime de difamação. Mas a vítima foi quem? motorista.

Um jovem resolve postar uma foto de short sem cueca na academia e gera uma enorme comoção por conta do prepúcio de seu pênis que ficou à mostra. Em questão de minutos, o pênis do rapaz ganhou apelidos, vexação e até um pronunciamento da academia onde a foto foi tirada.

Um tiktoker gay resolveu abordar um casal de rapazes a fim de beijá-los a 3 e recebeu uma ameaça de soco de um deles pelo assédio. Mais uma vez a vítima foi o casal, sendo acusado de excesso de agressividade e uma enxurrada de críticas ao seu relacionamento monogâmico.

Quem paga o preço da chacota?

Uma da frases mais comentadas nesses acontecimentos é “anos de terapia para superar isso”. De fato, muitos gays que tem suas vidas expostas dessa forma sofrem por anos com o bullying e assédio e alguns não conseguem suportar a ponto de tirar suas vidas. Uma pesquisa do Conselho Regional de Psicologia de Alagoas aponta que o Brasil está entre os 10 países com maior índice de suicídio e que a população LGBT é 5 vezes mais propensa a tirar sua vida.

Duas dessas personagens citadas na matéria tiveram suas redes temporariamente tiradas do ar pelos próprios, e obviamente que terão sua vida marcada por esses episódios durante muito tempo, porque a internet não esquece. E a questão é: até quando vamos lidar com tanto moralismo com questões como essas? Por que nós, gays, pensamos tanto sobre a liberdade de nossos corpos, mas quando o corpo é do outro, ele tem que ser aprisionado em nossas opiniões medievais?

Bee 40tona

Você vai curtir!