Pela primeira vez em 35 anos, atriz trans conquista troféu na maior premiação teatral do Brasil

O palco do Teatro Riachuelo, no Centro do Rio de Janeiro, recebeu o Prêmio Shell de Teatro, nesta terça-feira (21/03). Considerado um dos principais prêmios do teatro brasileiro, o evento reconheceu as melhores peças de teatro apresentadas nos palcos cariocas e de São Paulo fora do período de pandemia. A 33ª edição do prêmio fez história ao escolher Verónica Valentinno, uma artista trans, como a melhor atriz.

Protagonista do musical “Brenda Lee e o Palácio das Princesas“, que teve temporada elogiada em São Paulo, Verónica recebeu o prêmio de Melhor Atriz, num dos momentos mais marcantes da noite. O espetáculo conta a história da travesti Brenda Lee, figura importante da luta pelos direitos LGBTQIA+ no Brasil. “Preciso agradecer a toda a minha ancestralidade e a todas as travestis deste país“, afirmou a cearense, pedindo que as artistas trans na plateia se levantassem. “Em 35 anos desta premiação, nenhum corpo como o meu subiu neste palco. Então é uma honra falar aqui. Enquanto vocês fazem arte, nós ainda estamos brigando para viver. Não é mais sobreviver. Nós queremos viver, nós queremos trabalho, nós queremos dignidade, nós queremos sonhar“, emocionou-se Verónica.

Hoje, as travestis lá do Ceará podem sonhar estar aqui. Elas não precisam ser putas. Não que seja um problema ser puta. Mas não vão prostituir os nossos corpos e a nossa melhor porção, que é a nossa arte. Então, se quisermos viver de arte, podemos, sim“, completou a atriz. Além de Verónica, a lista de indicados a premiação tinha a presença de outros artistas trans nas categorias de atuação, como Vitória Jovem Xtravaganza e o Coletivo de Artistas Transmasculines.

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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