Todo dia um gay (ou bi, trans, lésbica) tem que provar que é gay… e tá chato!

Essa semana Lil Nas X deu uma reposta mal humorada pra um comentário no Twitter que dizia que ele “não parece ser gay, não é afeminado, mas meio forçado”. Que barra! Porque a gente tá há décadas lutando contra o estereótipo de gênero, mas nem os LGBTs deixam as pessoas em paz para exercerem sua sexualidade com a cara que desejarem.

Em resposta ao comentário, Lil Nas X diz que teria que “chupar alguém às 3h45 atrás de um McDonalds em Chicago em uma noite de sexta-feira durante o mês do orgulho gay enquanto transmito no Instagram ao vivo“ para as pessoas perceberem que ele é gay, e é exatamente disso que bissexuais, lésbicas e outras orientações que não passam por um gênero correspondentes estão cansados.

Por que a sapatão tem que ser caminhoneira? Por que o Reynaldo Gianecchini tem que achar logo um rótulo pra se enquadrar, por que a garota bi tem que pegar mulher ao mesmo tempo que pega homem, ou ela é só uma “bi festinha? Porque a gente continua cobrando das pessoas comportamento estereotipado sobre nossas sexualidades para que elas sejam passáveis.

E a passabilidade não é uma obrigação de ninguém, a cobrança de se parecer com o padrão de gênero binário não é uma obrigação de nenhuma pessoa trans, tampouco gays precisam se parecer gays (seja lá o que isso for) para se afirmarem gays. Essa cobrança, além de apagar outras expressões de gênero e seus espectros, também nega a fluidez sexual dos indivíduos, que podem, hoje, simplesmente “estarem menos gays” que ontem, qual o problema?

Um dos principais alvos dessa cobrança por uma imagem que corresponda a sua sexualidade são mulheres trans, atacadas o tempo todo por “se parecerem” com homem e isso é reforçado através de nossa desinformação sobre sexo e gênero, tema que a influenciadora do movimento Corpo Livre, Beta Boechat bem explica em vídeo. Aprender é o primeiro passo pra gente deixar o corpo do outro em paz.