Influencer trans estrela campanha da Budweiser e ações da empresa caem em US$ 6 bilhões
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Felipe Sousa- 0
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Uma ação publicitária envolvendo a Budweiser, nos Estados Unidos, e estrelada pela influenciadora trans Dylan Mulvaney, derrubou as vendas da companhia e terminou na demissão de dois executivos. Com quase 2 milhões de seguidores no Instagram e pouco mais de 10 milhões no TikTok, Mulvaney foi contratada para estrelar a campanha da Bud Light, uma versão mais leve da cerveja.
No dia primeiro deste mês, a influenciadora publicou um vídeo de publicidade com a marca, em que mostra seis cervejas que recebeu com um desenho de seu próprio rosto estampado na lata, para comemorar um ano desde que ela se declarou trans publicamente. Após a divulgação do vídeo, grupos conservadores organizaram uma campanha de boicote, acusando a cerveja de patrocinar pautas transgênero, de “zombar” de mulheres e de expor crianças à sexualidade.
Conservadores invadiram as redes da influencer para criticar a ação de marketing com foco na diversidade. Alguns chegaram a dizer que a Bud Light estaria cedendo à pressão do público LGBTQIA+ e à patrulha do cancelamento virtual. A rejeição ocorreu especialmente no mundo country. O cantor Kid Rock, músico que fez sucesso no fim dos anos 1990, chegou a publicar um vídeo nas suas redes sociais portando um fuzil semiautomático e metralhando caixas da cerveja. Já o cantor Travis Tritt, de 60 anos, disse que está banindo a marca de sua turnê.
Com o boicote, que provocou uma queda de 17% nas vendas do produto, as ações da Anheuser-Busch, dona da marca, caíram logo 5% logo após o começo do boicote, representando uma perda de US$ 6 bilhões (R$ 30 bilhões), segundo o portal Axios. A simples peça de propaganda da cerveja também levou a empresa a demitir dois dos seus executivos. São eles Alissa Heinerscheid, vice-presidente de marketing da Bud Light, e Daniel Blake, que supervisiona o marketing das principais marcas da Anheuser-Busch.
