Ator pode ter sido queimado vivo em “ritual demoníaco”, diz MP
O crime bárbaro do assassinato do ator Yago Henrique França, em março deste ano, ganha novos caminhos na investigação. Segundo informações apuradas pelo Metrópoles, o ator e drag queen de 29 anos, foi queimado vivo em um “ritual demoníaco”, diz denúncia feita à Justiça pelo Ministério Público de São Paulo.
Yago foi encontrado carbonizado em 7 de março em uma área de mata em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, tendo sido visto vivo pela última vez em 27 de fevereiro, após ir a um ritual religioso na zona sul da capital paulista. Laudo do Instituto Médico Legal (IML) afirma que as vias respiratórias de Yago estavam com fuligem, quando seu corpo foi encontrado.
Foram encontrados no local objetos de cunho religioso ao redor de seu corpo usados em “ritual demoníaco”, afirma na denúncia, o promotor de Justiça João Augusto de Sanctis Garcia. José Henrique Silva Santos, a drag queen Lunna Black, teria admitido à polícia que pagou R$ 10 mil para um assassino de aluguel matar e sumir com o corpo de Yago por conta de uma dívida de R$ 40 mil que Lunna teria com Yago.
Lunna está presa bem como o cabeleireiro Robson Pereira Felipe e seu namorado, o pai de santo Lucas Santos de Souza. Em mensagens de áudio, Lunna conversou com o pai de santo sobre como iriam pagar o assassino de Yago. Ao Metrópoles, Luna afirmou que não teve tempo de conversar com Yago durante os supostos trabalhos religiosos feitos no dia.
Lunna enviou à reportagem prints da suposta conversa com o amigo, afirmando ter sido a última pessoa com quem ele havia se comunicado antes de sumir. Imagens de uma câmera de monitoramento desmentem a versão de Lunna, pois a mesma é vista junto ao cabeleireiro e o pai de santo colocando Yago dentro de um carro. O laudo do IML mostra que ele foi queimado ainda vivo.
Yago Henrique França era ator, drag queen e tarólogo e conheceu Lunna Black em um curso de preparação para drag queens. Os dois criaram um coletivo para levar a arte drag para a periferia de São Paulo e até 2019, a dupla atuou em centros culturais, Centros Educacionais Unificados e em eventos, principalmente na zona leste paulistana.