Novo estudo investigará se a maconha agrava ou protege contra os efeitos neurológicos do HIV

A Weill Cornell Medicine, faculdade de medicina em Nova York, recebeu uma doação substancial de US$ 11,6 milhões do Instituto Nacional de Abuso de Drogas do National Institutes of Health, instituto de pesquisa do governo federal dos EUA cuja missão é “promover a ciência sobre as causas e consequências do uso e dependência de drogas“, para realizar um estudo de cinco anos sobre os efeitos da cannabis, incluindo maconha e seus derivados, no cérebro de pessoas vivendo com HIV.

Dr. Lishomwa Ndhlovu, investigador principal e professor de imunologia em medicina na Divisão de Doenças Infecciosas da Weill Cornell Medicine, expressou a necessidade de entender como o uso de cannabis interage com as mudanças induzidas por vírus no cérebro. Segundo informações do portal HIV Plus Mag, o objetivo da pesquisa é determinar se a cannabis exacerba ou protege contra os efeitos neurológicos do HIV, investigando como substâncias viciantes podem modificar o impacto do vírus no cérebro em nível celular.

Embora os avanços no tratamento tenham transformado o HIV em uma condição crônica controlável, ele ainda pode causar danos, principalmente no cérebro. Até 50% dos indivíduos que vivem com HIV experimentam declínio cognitivo, especialmente na memória de trabalho e atenção. A maconha é frequentemente usada por portadores do vírus, seja para fins recreativos ou para aliviar os sintomas relacionados. No entanto, sua natureza potencialmente viciante opde representar um risco de transtorno para indivíduos com HIV.

Por outro lado, a cannabis também pode oferecer benefícios para pessoas vivendo com o vírus devido às suas propriedades anti-inflamatórias. Os pesquisadores especulam que o efeito anti-inflamatório da cannabis pode ajudar a mitigar a inflamação crônica prejudicial causada pelo HIV, que se acredita contribuir para problemas de saúde de longo prazo e déficits cognitivos.

Dr. Williams destacou a necessidade de entender as interações de nível molecular entre inflamação, cognição e cannabis em pessoas vivendo com HIV. Ao investigar a relação entre cannabis e o vírus, os pesquisadores esperam contribuir para o desenvolvimento de melhores estratégias de prevenção e tratamento para déficits cognitivos relacionados ao HIV e transtorno por uso de cannabis.

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