Liniker é a 1ª mulher trans imortalizada na Academia Brasileira de Cultura

A cantora e compositora Liniker, de 28 anos, tomou posse, na última terça-feira (14/11), como imortal na Academia Brasileira de Cultura. Com isso, a artista passa a ser a primeira mulher transexual a ocupar uma cadeira na ABC, preenchendo o assento de número 51, que anteriormente pertencia a ninguém menos que Elza Soares, morta em janeiro deste ano.

A cerimônia de nomeação, realizada na Fundação Cesgranrio, no Rio de Janeiro, também incluiu outras 12 personalidades como Gloria Pires, Luana Xavier, Conceição Evaristo e outros. A artista, nascida em Araraquara (SP), se emocionou e destacou a importância de ocupar um lugar na ABC. “Ser a primeira vez que uma travesti é empossada na Academia Brasileira de Cultura é muito importante e é fundamental para a cultura do nosso país, que abre esse mapa de diversidade, esse mapa de excelência, porque, sim, somos excelentes”, disse no discurso após a posse.

Em seu Instagram, a artista escreveu: “Eu ainda nem sei o que falar com tamanha honraria que recebo. Assumir esse lugar, a cadeira 51, que foi de Elza Soares nossa eterna voz, no Brasil em que vivemos, com os recortes que perpassam meu corpo, é surreal e gigantesco. Nunca achei que seria possível ser considerada assim, por não imaginar mesmo, por ser distante. No meu peito se encontra um certo silêncio preenchido por emoção, por imaginar minha trajetória até aqui, pensando em tudo o que eu já escrevi e ainda escreverei, cantarei, interpretarei, assimilarei e construirei junto à cultura brasileira“. 

A minha família, meus amigos, meus amores, meus fãs, a academia brasileira de cultura e toda a minha ancestralidade, obrigada. Isso não é apenas um post numa rede social. Aqui vemos a história sendo escrita junto a um mar de novas possibilidades que se abrem para tantas pessoas no Brasil. Nós estamos aqui e nós existimos”, finalizou Liniker.

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Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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