Dançarino hétero é confundido com gay e espancado enquanto trabalhava em bar de SP

Heterossexual, o instrutor de dança Flávio Arcangeletti, 29, foi alvo de violência de caráter homofóbico enquanto trabalhava em um bar de São Vicente, no litoral de São Paulo, no último sábado (02/03). Durante as agressões, homens diziam que o bar não era local para “viadin*o estar rebolando”.

O crime aconteceu no bar Mangute, na Ilha Porchat, onde Flávio é contratado para se apresentar. Flávio estava trabalhando como dançarino no local quando, durante uma pausa na apresentação, foi abordado por dois homens. Os suspeitos levaram a vítima para uma parte externa do bar e passaram a agredi-lo com a ajuda de outras quatro pessoas, segundo a polícia. “Tentei me defender de diversas investidas de murros, chutes e até garrafadas. Procurei só proteger minha cabeça para que eu não desmaiasse e me acontecesse algo pior”, disse Flávio ao UOL.

Durante as agressões, os homens diziam “quero ver rebolar agora, viadinho” e enfatizavam que o estabelecimento não era lugar para a dança. Além disso, os agressores também tentaram puxar os piercings que Flávio tem no rosto. Os golpes só pararam após intervenção do segurança do bar, que orientou a vítima a deixar o local. Ao UOL, Flávio afirmou que não conhece nenhum dos suspeitos e que o motivo da agressão seria homofobia, embora ele seja heterossexual.

Segundo o boletim de ocorrência (BO), durante a internação, o celular de Flávio ficou com o irmão, de 18 anos, e passou a receber mensagens de um dos agressores dizendo que tinha parceria com o crime organizado. Desta forma, o jovem se identificou como irmão de Flávio e também passou a receber ameaças. Nas mensagens, o suspeito dizia que iria atrás dos dois irmãos, bateria neles e os levaria para um tribunal do crime para que Flávio parasse de rebolar.

O caso foi registrado como ameaça, lesão corporal e injúria no 1º DP de São Vicente. Flávio conseguiu reconhecer dois suspeitos, mas segue tentando imagens de monitoramento para identificar os demais agressores. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a vítima representou criminalmente e o caso foi encaminhado à Delegacia de São Vicente, que prossegue com as diligências.

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Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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