O caso de homofobia aconteceu na Estação Luz, em São Paulo, e o policial foi identificado e afastado das ruas durante a investigação

Mulher lésbica que apanhou de PM relata caso de homofobia: “Tem que apanhar igual a um homem”

Tauane Melo de Queirós, vítima de homofobia de um policial na Estação Luz, em São Paulo, conversou com o G1 e contou que o PM disse que ela apanharia como um homem. A advogada de Tauane, Ana Marques, ainda deu detalhes sobre as ofensas que a vítima sofreu ao se sentar na plataforma com as pernas viradas em direção à via enquanto aguardava o trem.

“Eu estava sentada balançando as pernas, e foi na hora que ele me abordou e me puxou com tudo. E já começou a me agredir e falar coisas como ‘se você quer ser homem, vai apanhar como homem’. Minha atitude não foi a correta, mas não justifica a agressão que foi cometida, me puxar, me bater e me xingar da forma que ele me xingou”, disse.

A advogada da vítima ainda ressalta: “Ela não deveria estar ali com a perna balançando na via, era perigoso, mas ele [PM] deveria ter abordado de uma forma diferente. Ele não a abordou, já puxou pelo colarinho e começou a discutir. Ela estava usando uma bermuda com as cores da bandeira LGBT. Ele já disse para ela: ‘Já que você é homem, tem que apanhar igual a um homem’. E aí começou a desferir algumas agressões nela”, contou a advogada, que denunciou o caso como homofobia no 2° Distrito Policial do Bom Retiro.

O vídeo da agressão tomou conta das redes sociais e nas imagens é possível ver a mulher usando uma bermuda com estampa das cores do arco-íris. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que não vai tolerar “nenhum tipo de abuso desse tipo” por parte da Polícia Militar. “É imprescindível que o Estado assuma sua responsabilidade na promoção da igualdade e no combate à violência, assegurando um ambiente seguro e inclusivo para todos os cidadãos e cidadãs”, acrescentou.

A advogada também informou que a vítima, que está em “estado de choque”, com ferimentos pelo corpo e pelo rosto, fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal nesta segunda-feira (8) e que uma denúncia também será feita na Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual do estado de São Paulo.

Arthur Aguiar

Redator do Pheeno, formado em comunicação social e estudante de moda. Apaixonado por contar histórias e explorar culturas.

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