Adolescente trans tenta automastectomia enquanto espera pela cirurgia em ato de desespero

Um adolescente trans tentou uma automastectomia depois de atingir o limite no tempo de espera para uma cirurgia na Nova Zelândia. Os meios de comunicação locais relataram que o jovem de 18 anos foi levado a um pronto-socorro logo após tentar uma “mastectomia parcial em casa”. O incidente foi descrito como um “ato de desespero” devido à “necessidade não atendida” de cirurgias torácicas masculinizantes.

O New Zealand Medical Journal relatou que uma combinação de impossibilidade de pagar uma consulta privada e o “estresse psicológico significativo” da disforia de gênero levou o adolescente a tentar nele mesmo a cirurgia. Várias horas depois, ele procurou atendimento médico, temendo danos nos nervos. Os cirurgiões notaram cortes profundos ao redor de toda a mama esquerda e posteriormente completaram a mastectomia em ambas as mamas. Relatórios dizem que ele recebeu alta no dia seguinte.

Os profissionais notaram sua melhora no humor e na autoestima durante uma avaliação pós-operatória, um mês depois. “Ele relatou melhora na autoestima e na autoconfiança e na capacidade de concluir os trabalhos escolares, e estava ansioso para se matricular na universidade”, revelou o relatório. Uma avaliação de saúde mental realizada antes da mastectomia por médicos observou que ele não tinha nenhum diagnóstico psiquiátrico anterior e não era suicida.

“[Ele] vinha considerando uma cirurgia de afirmação de gênero há anos”, disse o relatório. “A falta de acesso a cirurgias de afirmação de gênero levou a este ato de desespero”. Tal como em muitos outros países que oferecem esse tipo de cirurgia, o tempo de espera para mastectomias, muitas vezes, na Nova Zelândia, são cada vez mais longos no sistema de saúde público, enquanto os procedimentos privados podem custar dezenas de milhares de dólares.

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Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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