Papa Francisco esclarece bênçãos para casais homoafetivos e critica conservadores de mente fechada
Papa Francisco continua a sua tradição de deixar ambos os lados frustrados quando se trata de posições sobre a comunidade LGBTQIPN+, mas desta vez, vem criticando os conservadores de mente fechada no processo. No fim de semana, Francisco concedeu uma rara entrevista ao programa “60 Minutes“, abordando uma série de tópicos, inclusive esclarecendo sua posição sobre a bênção das uniões entre pessoas do mesmo sexo.
“O que eu permiti foi não abençoar o sindicato”, disse ele. “Isso não pode ser feito porque não é o sacramento. Eu não posso. O Senhor fez assim. Mas abençoar cada pessoa, sim. A bênção é para todos”. Seus comentários foram feitos poucos meses depois de uma controversa decisão do Vaticano de permitir que padres abençoassem casais do mesmo sexo, desde que não se assemelhe a um casamento. Isso deixou algumas pessoas frustradas porque a Igreja Católica ainda posicionava os casais LGBTQIAPN+ como inferiores aos casais heterossexuais.
O Papa Francisco tem causado frequentemente este tipo de perturbação, pressionando para que LGBTs sejam tratadas como pessoas, ao mesmo tempo que categoriza as relações homoafetivas como um pecado. Ele declarou anteriormente que não havia lugar para clérigos gays dentro da igreja. No entanto, no ano passado, ele passou a permitir que católicos trans e filhos de casais do mesmo sexo fossem batizados na igreja e se manifestou contra as leis que criminalizam a homossexualidade.
Ele reconheceu este último durante a entrevista de domingo (19/05), concordando que ser gay não é um crime, mas sim, “um fato humano”. Talvez um dos momentos mais interessantes da entrevista tenha ocorrido quando ele dirigiu palavras bastante contundentes aos bispos conservadores dos Estados Unidos que criticaram as suas posições.
“Você usou um adjetivo, ‘conservador’. Ou seja, ‘conservador’ é aquele que se apega a algo e não quer ver além disso”, afirmou. “É uma atitude suicida, porque uma coisa é levar em conta a tradição, considerar situações do passado, outra é fechar-se numa caixa dogmática”.