Justiça! Três homens são condenados por perseguir e matar travesti após discussão no Ceará
Na última quarta-feira (25/09), três homens foram condenados pela morte da travesti Luana Kelly, de 22 anos, em um julgamento realizado no Ceará. O crime ocorreu em junho de 2020, na cidade de Camocim, e chocou a população pela brutalidade. Luana Kelly foi perseguida e agredida até a morte após uma discussão com um dos criminosos, Rodolfo da Silva Sabino, na Praça da Matriz. O conflito, que inicialmente envolvia apenas socos, escalou quando Rodolfo, acompanhado de Antônio Abreu de Lima Júnior e Samuel Monteiro de Oliveira, encurralou a vítima e a atacou com facadas, levando ao óbito.
O Tribunal de Justiça do Ceará condenou Antônio Abreu a 18 anos e oito meses de prisão e Samuel Monteiro a 21 anos e quatro meses, ambos em regime fechado, pelos crimes de homicídio qualificado, com as agravantes de motivo fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Rodolfo da Silva Sabino, o autor das agressões iniciais, foi condenado por lesão corporal leve e foi solto, uma vez que já havia cumprido sua pena durante a prisão preventiva. Segundo o Ministério Público do Ceará, os três acusados foram capturados horas após o crime no centro de Camocim.
O caso de Luana Kelly, além de trazer à tona questões de violência brutal, reflete a vulnerabilidade e os riscos enfrentados pela população LGBTQIAPN+ no Brasil, especialmente em regiões mais afastadas. Movimentos sociais e ativistas de direitos humanos no Ceará seguem exigindo justiça plena para vítimas de crimes motivados pelo preconceito, enquanto a decisão do tribunal foi considerada um importante passo no reconhecimento da gravidade do caso.