Artista trans posta fotos de topless para testar regras do Instagram sobre “mamilos femininos”
A artista dinamarquesa Ada Ada Ada iniciou um experimento intrigante para investigar as regras de censura do Instagram em relação aos mamilos femininos. Desde que começou sua terapia de reposição hormonal (TRH), Ada começou a postar fotos de topless semanalmente para descobrir quando e por que a plataforma, controlada pela Meta, considera um mamilo “feminino”. Esse projeto, intitulado In Transitu, surge em meio a um debate contínuo sobre a desigualdade nas regras de nudez do Instagram, que têm sido amplamente criticadas por sua confusão e discriminação de gênero.
A controvérsia em torno das diretrizes do Instagram se intensificou com o movimento #FreeTheNipple, que denuncia a inconsistência de permitir homens de peito nu enquanto censura mulheres e pessoas não-binárias. As regras atuais da plataforma proíbem a nudez, mas fazem exceções para mamilos femininos em contextos específicos, como amamentação ou protestos. A abordagem de Ada é inovadora, pois ela documenta cada postagem, registrando quantas foram removidas e os motivos para as violações.
Ada observou que suas imagens foram removidas com mais frequência à medida que sua transição médica progrediu. Curiosamente, uma das primeiras postagens a ser censurada foi uma em que ela fazia uma “cara de beijo”, enquanto outra, em que usava um sutiã de lingerie, também foi retirada, apesar de mostrar apenas parcialmente seus mamilos. “É fascinante ver como os diferentes algoritmos muitas vezes discordam sobre meu gênero”, afirmou Ada, refletindo sobre a complexidade das regras que regem a moderação de conteúdo na plataforma.
Este projeto não apenas ilumina as falhas do sistema de moderação do Instagram, mas também pode beneficiar criadores de conteúdo adulto e educadores sexuais que se sentem sufocados pelas diretrizes da plataforma. Ao questionar as definições rígidas de gênero que os algoritmos aplicam, Ada espera provocar um diálogo mais amplo sobre a censura e a representação de corpos diversos nas redes sociais. “Eu queria ver como o Instagram e os algoritmos de classificação de gênero realmente entendem o gênero”, concluiu, enfatizando a necessidade de repensar as normas que moldam nossa interação digital.