Primeira deputada trans eleita nos EUA terá que usar banheiro masculino no Congresso

A deputada eleita Sarah McBride, a primeira mulher trans a conquistar uma cadeira no Congresso dos Estados Unidos, está enfrentando desafios antes mesmo de assumir oficialmente seu mandato em janeiro. Uma nova regra imposta pelo presidente da Câmara, Mike Johnson, proíbe McBride e outros funcionários trans de utilizarem os banheiros de acordo com seu gênero no Capitólio. A medida, anunciada no Dia da Memória Trans, foi defendida sob o argumento de proteger “espaços femininos exclusivos”, mas ativistas e parlamentares democratas denunciam o ato como mais uma tentativa de discriminação contra a população trans.

A iniciativa é vista como resultado direto da pressão de figuras republicanas, como a deputada Nancy Mace, que recentemente apresentou uma resolução para banir mulheres trans de banheiros femininos em todo o Capitólio. Mace intensificou a retórica transfóbica ao afirmar que “mulheres trans são homens biológicos” e sugerir um projeto de lei que amplie a proibição para todas as repartições federais.

Outro nome de destaque no apoio à medida é Marjorie Taylor Greene, que chegou a declarar que reagiria fisicamente caso encontrasse uma mulher trans em um banheiro feminino. O clima de hostilidade gerado pelas declarações e ações dos republicanos reforça o cenário desafiador para McBride e para a luta pelos direitos LGBTQIAPN+ no Congresso. Apesar das adversidades, Sarah McBride mantém seu foco nas pautas que prometeu defender. Em uma declaração nas redes sociais, a deputada eleita reafirmou sua prioridade em representar os interesses dos eleitores de Delaware, destacando questões como a redução de custos para as famílias. “Não estou aqui para brigar por banheiros. Estou aqui para lutar pelos moradores de Delaware”, disse.

O líder democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, também se posicionou contra a regra imposta por Johnson, classificando-a como um ato de bullying. “É isso que estamos fazendo? Essa é a lição que vocês tiraram da eleição em novembro?”, questionou Jeffries, chamando atenção para a falta de prioridade em pautas mais urgentes por parte da liderança republicana.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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