Jean Wyllys rejeita comparações entre seu exílio e fuga de Eduardo Bolsonaro aos EUA
O ex-deputado federal Jean Wyllys (PT) usou suas redes sociais para rebater comparações entre sua saída do Brasil, em 2019, e a recente decisão do deputado Eduardo Bolsonaro (PL) de permanecer nos Estados Unidos. Em publicação no X, Wyllys destacou que seu afastamento do país foi uma medida de segurança recomendada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA), devido a ameaças de morte documentadas. Já Eduardo Bolsonaro, que pediu licença do mandato na Câmara, alega ser vítima de uma suposta “ditadura” do Judiciário.
Wyllys deixou o Brasil logo após assumir um novo mandato em 2019, em um contexto marcado pela ascensão da extrema-direita e pelo assassinato da vereadora Marielle Franco. Na época, ele enfrentava uma onda de ameaças de bolsonaristas, que incluíam um plano para matá-lo. “Não tem termo de comparação. Eu não devia nada à Justiça. Meu exílio foi uma recomendação da CIDH da OEA devido às documentadas ameaças de morte que eu recebia dos fascistas que venceram as eleições de 2018”, afirmou o ex-parlamentar. Ele ainda acusou Eduardo de se licenciar do cargo para “conspirar contra o STF”.
A comparação entre os dois casos partiu de uma reportagem da Folha de S.Paulo, que equiparou o discurso de “regime de exceção” usado por Eduardo aos argumentos de Wyllys em 2019. No entanto, o ex-deputado ressaltou que, ao contrário do filho do ex-presidente, ele não tinha processos judiciais em seu nome. Eduardo, por sua vez, é alvo de uma ação por crime de lesa-pátria, movida pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que acusa o deputado de conspirar com membros do governo Trump contra o Brasil, incluindo a defesa de sanções ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
Enquanto a Folha de S.Paulo sugeriu que ambos os parlamentares usaram o exílio para denunciar supostos abusos de poder, Wyllys foi enfático ao negar qualquer paralelo. Ele destacou que sua luta sempre foi contra o autoritarismo e em defesa dos direitos humanos, enquanto Eduardo estaria envolvido em ações que prejudicam o país. “Esse canalha se licenciou para conspirar contra o STF”, escreveu Wyllys, reafirmando a diferença entre os dois casos e criticando a tentativa de equipará-los.
Não tem termo de comparação. Eu não devia nada à Justiça. Meu exílio foi uma recomendação da CIDH da OEA devido às documentadas ameaças de morte que eu recebia dos fascistas que venceram as eleições de 2018. Havia um plano para me matar. Esse canalha se licenciou para conspirar…
— Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) March 19, 2025