Punição extrema: dois homens são açoitados publicamente na Indonésia por manter relação gay

Dois homens foram submetidos a uma sessão de açoites públicos nesta terça-feira (26/08) na província conservadora de Aceh, na Indonésia, após serem condenados por manter relações homoafetivas. A punição foi aplicada por um tribunal islâmico local, que segue rigorosamente a Sharia — sistema jurídico e moral do Islã que proíbe atos considerados “contra a natureza”. Inicialmente, o casal havia sido sentenciado a 80 chicotadas cada, mas a pena foi posteriormente reduzida para 76, levando em conta o tempo já cumprido em detenção.

O casal fazia parte de um grupo de 10 pessoas punidas no mesmo dia, em um parque na capital Banda Aceh, por diferentes delitos considerados violações da lei local. Segundo autoridades, os homens foram presos há cerca de três meses no andar superior de um prédio público, após denúncias de populares sobre atividades suspeitas. Roslina, chefe da Divisão de Aplicação da Sharia em Banda Aceh, afirmou à agência France Presse que a equipe foi acionada e encontrou o casal “logo após praticarem ‘liwath'”, termo islâmico para atos sexuais proibidos.

Durante a execução da sentença, os homens receberam golpes de bastão de vime individualmente, diante de algumas pessoas que assistiam à cena. Imagens registradas mostram que, enquanto alguns espectadores lamentavam a situação, outros reagiam com risadas. Mawardi, morador local, descreveu a cena como “apavorante” e questionou a lógica da punição: “Essa punição com açoitamento é horrível, tudo por causa de atos como esse. Não seria melhor ter um relacionamento legítimo?”

Embora relações homoafetivas não sejam criminalizadas no restante da Indonésia, Aceh mantém uma aplicação rigorosa da Sharia desde 2001, quando obteve autonomia especial após um acordo para conter uma rebelião separatista. Ao final do açoitamento, um dos condenados não conseguiu se mover e precisou ser carregado pelos agentes.

Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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