Bolsonaro diz que decisão de criminalizar LGBTfobia é errada e pode prejudicar LGBTs
O presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã desta sexta-feira (14/06), durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto, que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de criminalizar a LGBTfobia foi “completamente equivocada”.
Segundo o presidente, o Supremo está legislando no caso e agora a “bola está com o Congresso”. Bolsonaro disse acreditar que vai haver uma reação. Para o presidente, além de estar legislando, a decisão do STF acaba por criar dificuldades adicionais a homossexuais e transexuais. Ele disse que, por exemplo, um empregador pode ficar com receio de contratar um homossexual sob o temor de posteriormente ser processado pelo funcionário por racismo.
Bolsonaro voltou a falar que quer indicar um ministro evangélico para o STF. “Em especial depois da decisão de ontem”, declarou o presidente. Bolsonaro afirmou que, se tivesse um ministro evangélico no Supremo, ele poderia pedir vista do processo e “sentar em cima dele” — o que, na prática, adiaria o julgamento da causa. Para ele, tem de haver um equilíbrio na corte. “Não é mistura de política com Justiça e religião”, disse. “Não custa nada ter alguém lá (com o perfil evangélico)”, completou.
O presidente também argumentou que a decisão poderia ferir a liberdade religiosa, já que parte dos cristãos interpreta a homossexualidade como algo repelido em textos bíblicos. Entretanto, de acordo com a decisão do STF, religiosos e fiéis não poderão ser punidos por racismo ao externarem suas convicções doutrinárias sobre orientação sexual, desde que suas manifestações não configurem discurso discriminatório.