Jornalista de Gana, onde ser gay é ilegal, sai do armário ao vivo: “No meu país nos sentimos desumanizados”

Ignatius Annor, um jornalista de Gana, assumiu a sua condição de gay durante uma transmissão ao vivo pela TV na última segunda-feira (22/02), uma jogada impressionante em um país onde a homossexualidade é ilegal.

Essa vai ser a primeira vez que estou usando a mídia para dizer não apenas que sou um ativista do direito das minorias sexuais da África, que vocês todos chamam de comunidade LGBT+, mas que eu sou gay”, disse ele, em uma conversa com a jornalista Ayisha Ibrahim para Joy News. “Obviamente, eu não dizia porque tinha medo de perder meu emprego, eu estava trabalhando em uma estação de TV incrível em Accra e tinha medo do que podia acontecer comigo“, continuou o jornalista, apresentador do programa EuroNews.

O que a minha comunidade está pedindo é uma oportunidade de amar como toda a humanidade ama, assim como os heterossexuais de Gana. Não parece que eu sou um humano que merece o direito a emprego, o direito a educação, e os direitos normais e básicos como andar, dirigir, ou qualquer outra coisa que eu queria fazer em Gana por ser um homem abertamente gay. A gente não se sente ‘OK’, nos sentimos desumanizados e é horrível”, reforçou Annor, que finaliza na esperança de que um dia as leis anti-LGBTQ+ sejam revogadas “para que pessoas como eu que tem uma vida, que trabalham, e contribuem de forma socio-econômica para a República de Gana, sejam aceitos como humanos que merecem respeito, carinho e dignidade”. 

Em Gana, a homossexualidade é ilegal e o sentimento anti-LGBTQ+ é comum, difundido por legisladores e líderes religiosos. Por lá, um homossexual pode ser punido com um ano de prisão e multa.

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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