Mulher trans morre após ser abandonada inconsciente em incêndio durante cirurgia plástica em SP

Morreu na madrugada deste domingo (21/02), a recifiense Lorena Muniz, de apenas 25 anos. Lorena, uma mulher transexual, morreu após ser deixada pra trás em um incêndio na clínica Paulino Plástica Segura, em Taboão da Serra, São Paulo. A modelo e maquiadora estava sedada para a realização de uma cirurgia de implante de silicone quando teve início o incêndio. 

Segundo Washington Barbosa, marido da vítima, Lorena inalou a fumaça e ficou inconsciente por sete minutos antes de ser retirada do local. Ela foi levado ao Hospital das Clínicas, porém não resistiu. Em vídeo divulgado no Instagram, Washington disse que o ar condicionado da clínica de estética pegou fogo e todos os funcionários saíram, deixando Lorena inconsciente em uma sala. “Eu e Lorena tínhamos uma vida. Comum, simples, mesmo nas dificuldades constantes do racismo e da transfobia. Estávamos casados há 6 anos. Nos conhecemos numa festa junina, noite de São João. Desde que nos conhecemos, somos parceiros de vida”, desabafou. “R$ 4 mil reais. A vida de Lorena valeu R$ 4 mil reais, minha gente”. Lorena estava na capital paulista apenas para realizar o procedimento estético. 

Assim como Erica Malunguinho, a vereadora Erika Hilton também acompanhou o caso e prestou suporte jurídico para a família de Lorena. “Não devemos medir esforços e traçar uma estratégia jurídica e política para que a clínica, localizada em Taboão da Serra, e seus braços em outras cidades, sejam investigadas e responsabilizadas, bem como os profissionais responsáveis pelos procedimentos. É indignante, mas não podemos permitir a espetacularização da morte por negligência médica e permitir que o ocorrido com mais uma travesti passe impune. Se não pressionarmos, é o que ocorrerá”, disse Erika em comunicado divulgado para a imprensa.

De acordo com Washington, até agora ele não conseguiu contato com o médico que teria feito o procedimento em Lorena e, segundo ele, omitido socorro no momento do incêndio. Barbosa ainda afirma que o médico o bloqueou em redes sociais. “A clínica sumiu. Eles estão com o dinheiro, são responsáveis pelo procedimento, agora ninguém responde. Eu preciso de um posicionamento da clínica”, afirmou o marido.

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Felipe Sousa

Ariano e carioca, Felipe tem 31 anos e há mais de 10 é redator do Pheeno. Apaixonado por explorar a comunicação no cenário dinâmico das redes sociais, ele se dedica a criar conteúdos que refletem a diversidade e a vitalidade da comunidade LGBTQIAPN+. Entre uma notícia e outra, Felipe reserva tempo para aproveitar o melhor da vida diurna e noturna carioca, onde encontra inspiração e conexão com sua cidade.

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