Polícia da Malásia detém 20 pessoas durante festa gay de Halloween por “travestimento”

Autoridades islâmicas da Malásia deteram 20 pessoas durante operação em uma festa gay local de Halloween. As prisões aconteceram no sábado (29/10) depois que oficiais do Departamento Religioso Islâmico dos Territórios Federais invadiram o evento, alegando que o grupo estaria ofendendo a “sharia“, lei em vigor em vários países com população predominantemente muçulmana.

Conforme notíciado pelo portal Pink News, pelo menos 40 oficiais religiosos apoiados pela polícia invadiram o local lotado à noite. Autoridades afirmam que verificaram pelo menos 53 indivíduos durante a operação e os dividiram em dois grupos – muçulmanos e outras religiões. O grupo muçulmano foi então detido, com detalhes de identificação registrados pela polícia da Malásia. O ativista Numan Afifi disse à agência de notícias AFP que alguns foram presos por “travestir-se”, enquanto outros foram detidos por “incentivar o vício”. Segundo o portal, dos detidos, 18 prestaram depoimento à polícia local e foram convidados a retornar para novas investigações.

Membro do Parlamento da cidade Klang, Charles Santiago condenou as prisões em um comunicado pedindo à polícia que reconsiderasse suas prioridades nas prisões de pessoas LGBTQIA+. “Isso é assédio contra uma comunidade marginalizada. Quando aprenderemos a respeitar e aceitar as pessoas como elas são?”, questionou Charles. “Temos pessoas que ainda estão sofrendo com a perda de empregos, a economia precisa de reanimação, mas vocês usam recursos para ir atrás de pessoas que estavam em uma festa de Halloween? Peço às autoridades que parem de caçar LGBTs como se fossem criminosos.

Várias organizações de direitos humanos expressaram preocupação com a visão incrivelmente arcaica da país sobre os direitos LGBTQIA+. Atualmente, o país aprisiona abertamente membros da comunidade, além de impedir o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a transição de gênero. De acordo com uma pesquisa da Ipsos em 2021, a Malásia é um dos piores países em termos de opinião pública sobre pessoas LGBTQIA+.

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Felipe Sousa

Felipe é redator do Pheeno! Focado em explorar cada vez mais a comunicação em tempos de redes sociais, o carioca de 25 anos divide seu tempo entre o trabalho e a faculdade de jornalismo, sempre deixando espaço para o melhor da noite carioca!

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